Autoridades encontram mais 2.000 fetos em templo na Tailândia
Um forte cheiro atraiu a polícia ao templo na parte antiga de Bancoc na terça-feira passada (16). Em uma busca pelo necrotério, as autoridades encontraram inicialmente mais de 300 fetos. Nesta sexta-feira, eles voltaram ao local e encontraram os outros 2.000 corpos, segundo o tenente-coronel Kanathud Musiganont.
AFP | ||
Forças de segurança da Tailândia retiram cerca de 2.000 fetos de mortuário na Tailândia |
Os corpos estavam dentro de sacolas com o nome, em tailandês e chinês, de uma organização de caridade chinesa frequentemente envolvida em lidar com corpos --incluindo removê-los de cenas de acidentes e organizar enterros.
Enquanto as autoridades retiravam os fetos e os contavam, fiéis budistas deixavam ofertas, como leite e bananas, para nutrir seus espíritos na vida após a morte;
O aborto é ilegal na Tailândia, exceto sob três circunstâncias --se uma mulher é estuprada, se a gravidez afeta a saúde da mulher ou se o feto tem algum defeito congênito.
Embora a Tailândia seja sede de uma grande indústria do sexo, muitos tailandeses são conservadores em assuntos sexuais.
O premiê tailandês, Abhisit Vejjajiva, disse na sexta-feira que mais precisa ser feito para prevenir abortos ilegais. Ele ressaltou,l contudo, que não revisará as leis atuais, já que são "apropriadas e flexíveis o suficiente".
Várias pessoas já foram presas em relação ao caso: dois empresários de uma funerária por esconder corpos e um funcionário de clínica de aborto sob a acusação de exploração de uma clínica médica sem licença e por fazer abortos.
Os empresários enfrentam pena de até um ano de prisão e multa de 2.000 baht (R$ 115). Já o funcionário da clínica --que segundo a polícia confessou que tinha entregado os fetos para a funerária desde o início do ano-- pode pegar até cinco anos de prisão e uma multa de 10.000 bahts (cerca de R$ 600).
Suchart Poomee, 38, um dos empresários presos, confessou na quinta-feira que foi contratado por uma clínica ilegal de abortos para destruir os fetos. Ele disse coletar os corpos desde novembro de 2009.
O ministro de Saúde Pública, Jurin Laksanavisith, disse que em torno de 1 milhão de mulheres tailandesas engravidam a cada ano. Entre elas, 60 mil sofrem abortos naturais e 80 mil fazem abortos legais. Ele não deu estimativas de abortos ilegais.
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