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Internacional
Sexta - 19 de Novembro de 2010 às 20:22

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Autoridades tailandesas encontraram nesta sexta-feira cerca de 2.000 fetos no mortuário de um templo na capital Bancoc. Eles estavam escondidos no local, encobertos em sacos plásticos, há mais de um ano, no que aparenta ser uma clínica ilegal de aborto.

Um forte cheiro atraiu a polícia ao templo na parte antiga de Bancoc na terça-feira passada (16). Em uma busca pelo necrotério, as autoridades encontraram inicialmente mais de 300 fetos. Nesta sexta-feira, eles voltaram ao local e encontraram os outros 2.000 corpos, segundo o tenente-coronel Kanathud Musiganont.

  AFP  
Forças de segurança da Tailândia retiram cerca de 2.000 fetos de mortuário na Tailândia
Forças de segurança da Tailândia retiram cerca de 2.000 fetos de mortuário na Tailândia

Os corpos estavam dentro de sacolas com o nome, em tailandês e chinês, de uma organização de caridade chinesa frequentemente envolvida em lidar com corpos --incluindo removê-los de cenas de acidentes e organizar enterros.

Enquanto as autoridades retiravam os fetos e os contavam, fiéis budistas deixavam ofertas, como leite e bananas, para nutrir seus espíritos na vida após a morte;

O aborto é ilegal na Tailândia, exceto sob três circunstâncias --se uma mulher é estuprada, se a gravidez afeta a saúde da mulher ou se o feto tem algum defeito congênito.

Embora a Tailândia seja sede de uma grande indústria do sexo, muitos tailandeses são conservadores em assuntos sexuais.

O premiê tailandês, Abhisit Vejjajiva, disse na sexta-feira que mais precisa ser feito para prevenir abortos ilegais. Ele ressaltou,l contudo, que não revisará as leis atuais, já que são "apropriadas e flexíveis o suficiente".

Várias pessoas já foram presas em relação ao caso: dois empresários de uma funerária por esconder corpos e um funcionário de clínica de aborto sob a acusação de exploração de uma clínica médica sem licença e por fazer abortos.

Os empresários enfrentam pena de até um ano de prisão e multa de 2.000 baht (R$ 115). Já o funcionário da clínica --que segundo a polícia confessou que tinha entregado os fetos para a funerária desde o início do ano-- pode pegar até cinco anos de prisão e uma multa de 10.000 bahts (cerca de R$ 600).

Suchart Poomee, 38, um dos empresários presos, confessou na quinta-feira que foi contratado por uma clínica ilegal de abortos para destruir os fetos. Ele disse coletar os corpos desde novembro de 2009.

O ministro de Saúde Pública, Jurin Laksanavisith, disse que em torno de 1 milhão de mulheres tailandesas engravidam a cada ano. Entre elas, 60 mil sofrem abortos naturais e 80 mil fazem abortos legais. Ele não deu estimativas de abortos ilegais.






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