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Política
Sábado - 20 de Novembro de 2010 às 13:26

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O deputado federal eleito, Júlio Campos, andou sondando o presidente regional do PMDB, deputado federal reeleito Carlos Bezerra, sobre a possibilidade de vir a se filiar ao partido. Ele explicou que está havendo um entendimento para que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, deixe o DEM, junto com seis deputados federais daquele estado, sem perder o mandato.

"O Kassab vai sair do DEM para se filiar ao PMDB sem perder o mandato", informou, assinalando que foi convidado, junto com o senador Jaime Campos, para se filiar ao PMDB com o grupo do prefeito paulista.

"O Júlio queria saber se havia alguma restrição em relação a sua possí­vel filiação", explicou Bezerra. Nem mesmo em Várzea Grande, onde o PMDB e o DEM são adversários históricos, haverá problemas.

"Se o Júlio e o Jaime quiserem se filiar ao PMDB serão bem recebidos. As portas estão abertas", assegurou o ex-deputado Nico Baracat, principal lí­der peemedebista no municí­pio. O que soaria como improvável nos anos 90, hoje poderá se tornar realidade: Bezerra e Júlio num mesmo partido. Em 98, os dois fizeram aliança e foram fragorosamente derrotados pelo ex-governador Dante de Oliveira, já falecido.

Na época, para explicar a derrota, diziam que era mesma coisa de misturar água com óleo: não dava liga. Pelo jeito, os anos passaram e os dois mudaram e aceitam o desafio de militarem juntos no PMDB, caso isso venha se concretizar. Aliás, os dois têm curriculos similares: prefeitos de suas cidades (Várzea Grande e Rondonópolis), deputados federais, senadores e governadores (83-86 87-90). A possibilidade da saída de Júlio e Jaime do DEM enfraquece ainda mais a legenda no Estado.

Com certeza, os deputados estaduais, prefeitos e vereadores deverão acompanhá-los. Se isso acontecer pelo Brasil afora, o DEM vai ser extinto como defendeu o presidente Lula. O temor dos democratas, por isso, é de abrir essa exceção e haver debandada geral no partido e ficar alguns gatos pingados para fechar as portas da legenda. Em razão disso, não acredito que o DEM irá permitir ao prefeito Kassab a sua saída sem fazer valer a fidelidade paridária.

Júlio Campos disse a Bezerra que essa é uma decisão já tomada. Acho difícil. Em todo caso, é esperar e conferir. Uma coisa é certa: a grande maioria dos membros do DEM não aguenta mais ficar na oposição. Oito anos de governo Lula já é mais do que suficiente. Os democratas se sentiram no purgatório e acham que já pagaram os pecados. Agora, querem uma boquinha no governo Dilma Rousself através do PMDB. Os democratas mato-grossenses não vêem a hora de fecharem as portas do partido

Encolhimento do DEM

Nos últimos oito anos, a legenda, ex-PFL, encolheu pela metade suas bancadas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Em 2002, o partido elegeu 84 deputados e 14 senadores. Já neste ano, foram eleitos 43 deputados e 2 senadores democratas. Em 2007, depois de sair derrotado nas urnas no ano anterior, quando conseguiu eleger apenas um governador, José Roberto Arruda (DF), o partido fez uma tentativa de renovação. Trocou a sigla PFL, fundada em 1985 a partir da antiga Arena, ligada à ditadura militar, por Democratas, numa tentativa de modernização.

No mesmo dia em que rebatizaram o partido, os pefelistas elegeram o deputado Rodrigo Maia (RJ) para substituir o veterano Jorge Bornhausen (SC). A promessa de renovação se cumpriu com novas lideranças como o deputado ACM Neto e o próprio Kassab, mas as mudanças não foram suficientes para fortalecer o partido como oposição ao governo federal e como representante do pensamento da direita conservadora, como prega seu atual presidente.


 






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