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Internacional
Sábado - 20 de Novembro de 2010 às 20:17

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, retornou neste sábado a Washington após participar das cúpulas da Otan e UE-EUA em Lisboa, onde conseguiu o respaldo dos aliados para o começo da transição no Afeganistão em 2011 e a ratificação do tratado de desarmamento nuclear Start com a Rússia.

O governante terá um fim de ano complicado, no qual deve negociar com a oposição republicana o futuro de uma série de cortes de impostos e o "sim" do Senado ao Start, a grande conquista de sua política externa.

Por isso, era essencial conseguir sucessos tangíveis nas cúpulas deste fim de semana em Lisboa.

Obama necessitava sair reforçado depois que sua viagem pela Ásia, uma semana atrás, recebeu numerosas críticas em Washington por não ter fechado, como esperava, o acordo de livre-comércio com a Coreia do Sul e uma palavra mais firme do G20 sobre a cotação da divisa chinesa.

Nesta ocasião, sua participação terminou com um saldo positivo.

Os aliados deram seu apoio para abrir um processo de transição no Afeganistão no próximo ano e que terminará em 2014, data na qual o país asiático deverá estar responsável pela segurança em suas 34 províncias, como os americanos desejavam.

Visivelmente cansado, mas também satisfeito, em entrevista coletiva ao término da reunião, Obama assegurou que as forças aliadas "estão conseguindo quebrar o impulso talibã" e expressou confiança de que as tropas americanas poderão começar a retirada em julho de 2011, segundo o previsto.

O governante americano não fechou totalmente as portas para a possibilidade de que as operações de combate continuem depois de 2014.

"Minha meta é assegurar que para 2014 a transição estará feita, e é um objetivo nos assegurar de que não sigamos implicados em operações de combate do tipo que estamos implicados atualmente", assinalou em entrevista coletiva após a reunião.

O presidente americano leva para Washington as numerosas mensagens de apoio da Otan e dos países europeus, incluindo a Rússia, para a ratificação do tratado Start o mais rápido possível.

Obama tinha indicado que queria ver o pacto ratificado no Senado antes de janeiro, quando começará uma nova legislatura que contará com uma maior presença da oposição republicana na Câmara.

O pacto precisa contar com o apoio republicano para somar as 67 cadeiras suficientes para ratificá-lo. Mas o partido expressou resistência a abordá-lo antes que inicie a nova legislatura, com o argumento de que precisa de mais tempo para estudar o documento.

Em apoio a Obama, e a favor da ratificação, se pronunciou neste sábado o presidente russo, Dmitri Medvedev, que afirmou que "seria uma pena" se o Senado americano não desse o sinal verde ao acordo, porque afetaria "não só as relações entre Rússia e EUA, mas também as relações entre Rússia e Otan".

"Por isso, espero que os senadores sejam responsáveis", assinalou após ser perguntado sobre o assunto.

Além disso, vários países da Otan - Letônia, Lituânia, Dinamarca, Hungria, Bulgária e Noruega - pediram, em Lisboa, que o Senado dos EUA ratifique o Tratado.

"Pedimos que não parem o Start antes de ter começado", pediu o ministro de Exteriores búlgaro, Nikolay Mladenov.

O presidente americano conseguiu também que a Otan aprovasse, na sexta-feira, a criação de um escudo de defesa antimísseis que protegerá toda Europa e os Estados Unidos.

A criação deste sistema foi durante anos um dos principais pontos de atrito nas relações entre EUA e Rússia, depois que o anterior presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou os planos para estabelecer um escudo que teria um sistema de radares na República Tcheca e interceptores na Polônia.

Após sua chegada à Casa Branca, e o começo de uma nova relação com a Rússia, Obama anunciou o cancelamento desses planos e sua substituição por um sistema mais adaptado às ameaças procedentes do Oriente Médio.

Segundo Obama, "uma fonte de tensão no passado se transformou em uma fonte de colaboração".






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