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Polícia
Segunda - 22 de Novembro de 2010 às 09:10
Por: ANTONIELLE COSTA

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TRE
O desembargador Evandro Stábile, licenciado do TRE, seria um dos pivôs da suposta venda de sentença
O desembargador Evandro Stábile, licenciado do TRE, seria um dos pivôs da suposta venda de sentença

As investigações que apuram suposta venda de sentenças no âmbito do Tribunal de Justiça de Mato Grosso e no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), realizadas pela Polícia Federal, sob o comando do Superior Tribunal de Justiça (STJ), apontaram ao menos 14 casos envolvendo magistrados, advogados, servidores públicos e particulares.

A informação está contida no relatório em que a ministra do STJ, Nancy Andrighi, deu parecer favorável ao afastamento dos desembargadores Evandro Stábile e José Luiz de Carvalho, e dos juízes Círio Miotto e Eduardo Jacob, acusados que participarem do suposto esquema.

Um dos casos citados pela ministra envolve Loris Dilda, acusado de matar o próprio irmão, em Sorriso (420 km ao Norte de Cuiabá), em 1994. Segundo os autos, ele teria pago R$ 50 mil ao juiz Círio Miotto, para concessão de um habeas corpus.

Outros casos que ganharam repercussão envolvem as prefeituras de Confresa, Barão de Melgaço e Alto Paraguai, onde os prefeitos eleitos tinham mandatos cassados, para dar vaga ao segundo colocado ou ainda se mantinham no cargo. Todos teriam pago "propina" por decisões favoráveis.

A partir desses dados, a PF desencadeou a Operação Asafe, em maio passado. Na ação, nove pessoas foram presas, foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão em residências e 45 pessoas foram ouvidas pela polícia. A operação serviu para buscar provas ocultas e ouvir os envolvidos.

O inquérito foi relatado pelo delegado Carlos Fistarol e os autos foram encaminhados ao STJ. Conforme o MidiaNews apurou, as investigações foram concluídas e encaminhadas para a Procuradoria Geral da República, para oferecimento de denúncia.

Anulação da Asafe

No mês passado, o desembargador Evandro Stábile ingressou com um recurso, junto ao Supremo Tribunal Federal, solicitando a anulação de toda a Operação Asafe e, consequentemente, das interceptações telefônicas e dos mandados de busca e apreensão.

O pedido, segundo a defesa do magistrado, teve como base o fato de a instauração do inquérito judicial ter sido feito em cima de supostas denúncias anônimas, contrariando a jurisprudência do STF.

A defesa também, levou em conta a solicitação da abertura do inquérito ter sido feita pelo procurador regional eleitoral, Thiagos Lemos de Andrade, alegando que ele não possui atribuição para investigar autoridades sujeitas à prerrogativa de foro e ser desafeto pessoal de Stábile.

A defesa alegou, ainda, que as investigações foram conduzidas pelo juiz Jefferson Schneider, da Segunda Vara Federal de Mato Grosso - sendo Stábile investigado pelo "seus próprios pares" e que as provas são ilícitas, uma vez que foram determinadas pelo juízo incompetente para julgar o caso.

Vale destacar que, se o pedido de anulação for deferido, todos os envolvidos na Operação Asafe serão beneficiados com a decisão.






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