Pai da web critica fragmentação causada pelas redes sociais
O criador da world wide web, Tim Berners-Lee, afirmou que a web está sendo ameaçada de diferentes maneiras em artigo na revista Scientific American publicado nesta segunda-feira. Lee afirmou que precisamos defender a abertura da internet para não "perdermos a liberdade de conectar qualquer site que gostaríamos" e disse que as redes sociais estão "emparedando informações enviadas pelos seus usuários do resto da web".
Lee disse que a web evoluiu para uma "ferramenta poderosa e onipresente, pois foi construída em princípios igualitários e por milhares de indivíduos", mas que alguns dos "mais bem sucedidos habitantes da internet" começaram a esquecer esses princípios. Para o "pai da web", os provedores de internet sem fio estão tentados a "diminuir o tráfego para sites com os quais eles não tenham relações" e os governos - totalitários e democráticos - estão "monitorando os hábitos online das pessoas, colocando em risco direitos humanos importantes".
Ele ainda criticou a "fragmentação da informação" criada pelas redes sociais, já que "quando você coloca suas informações nesses sites, você não pode facilmente usar essas informações em outros sites". "Essas páginas estão na internet, mas seus dados não", disse. Lee afirmou ainda que outro perigo relacionado é uma rede social, um motor de busca ou um navegador ficarem tão grandes a ponto de se tornarem um monopólio, o que, segundo ele, "limita a inovação".
A Apple também foi criticada por criar "ilhas de informação" e ficar isolada do resto da rede, já que estimula a publicação de conteúdos em aplicativos, e não na web. Mas essa não é uma característica unicamente da Apple, já que, segundo Lee, outras empresas estão preferindo criar aplicativos exclusivos para smartphones - o que é "perturbador" - em vez de criar aplicativos para web que rodem nesses dispositivos.
"Por que vocês deveria se importar? Porque a web é sua. É um recurso público em que você, sua empresa, sua comunidade e seu governo dependem. A web também é vital para a democracia, um canal de comunicação que torna possível uma conversa contínua em todo o mundo", escreveu.
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