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Política
Quarta - 24 de Novembro de 2010 às 19:58

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Durante encontro de ministros da Defesa da América Latina ontem na Bolívia, Nelson Jobim fez uma despedida formal a seus colegas. Mas o brasileiro ainda espera uma definição de Dilma Rousseff sobre seu destino imediato.

O presidente Lula pediu a Dilma para que mantivesse Jobim no cargo porque ele ainda está conduzindo o processo de reestruturação do Ministério da Defesa e possui conhecimento sobre os principais assuntos hoje na área: o acordo militar com a França, a bilionária compra de novos caças e a questão aeroportuária.

Mas a presidente eleita não tem simpatia por Jobim, o que é recíproco. Para piorar, ele manteve-se neutro na disputa eleitoral por ser amigo do candidato derrotado, José Serra (PSDB). E o seu partido, o PMDB, não o vê como um nome de sua cota.

Já Jobim sabe que o entorno dilmista quer ver a área dos aeroportos, vital para os planos visando a Copa-2014, fora da esfera da Defesa _provavelmente sob a pasta dos Transportes. Segundo interlocutores, mesmo se Dilma o convidar, manter o controle da área deverá ser uma condicionante.

O ministro foi recebido por Lula hoje.

DISCURSO ANTI-EUA

Enquanto não define seu futuro, Jobim proferiu um incisivo discurso contrário à influência norte-americana nos assuntos de defesa na América Latina.

Falando em Santa Cruz de la Sierra, ele argumentou que os EUA buscaram a partir do fim da Guerra Fria uma "divisão de trabalho" na qual a defesa hemisférica ficaria a serviço de Washington e as questões locais, na mão dos países, mas sob a orientação dos interesses americanos --como no caso do combate ao tráfico.

"As assimetrias flagrantes que a mencionada divisão de trabalho informal espelha fazem-me acreditar na existência de desequilíbrios essenciais nessa divisão de trabalho", disse. Jobim propôs que a Conferência de Ministros da Defesa das Américas seja partida entre o fórum atual e um fórum distinto, destinado a discutir questões de segurança --incluindo aí não só ministros da Defesa, mas da Justiça, Interior e assemelhados.






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