Tião não usa gabinete de Murilo

O prefeito Murilo Domingos (PR) retoma hoje o comando do Paço Couto Magalhães após afastamento de 15 dias por motivos de saúde. O republicano terá que mostrar habilidade para contornar a insatisfação no seu grupo político, incluindo o prefeito em exercício, Sebastião Gonçalves, o Tião da Zaeli, também do PR.

O distanciamento de Murilo e Tião é cada vez mais evidente. É tanto, que nestes 15 dias em que assumiu interinamente a prefeitura Tião da Zaeli despachou da Secretaria de Infraestrutura, Pasta que comanda desde o começo deste ano.

A decisão de não ocupar o gabinete do prefeito se dá em meio a um quadro de acordos que não teriam sido cumpridos pelo grupo liderado por Murilo, remanescentes da campanha eleitoral de 2008. O cenário fica ainda mais agravado, segundo informações, porque Tião vem se deparando com barreiras para administrar, que seriam impostas pelo irmão de Murilo – o empresário Toninho Domingos.

Na tarde de ontem, o vice-prefeito evitou comentar o assunto. Disse apenas que na hora certa a população várzea-grandense terá a resposta para questionamentos feitos a respeito dos compromissos de campanha. Ele não quis falar sobre sua relação política e administrativa com Murilo. Também preferiu não se reportar sobre a atuação de Toninho em relação à gestão pública da cidade.

Entretanto, ele admite que está no centro das ações políticas que têm movimentado o segmento empresarial para a construção de um projeto próprio para as eleições municipais de 2012. O nome dele é cotado para assumir a corrida ao comando da cidade.

O clima de mal-estar entre o vice-prefeito e o grupo político ligado ao prefeito foi verificado no pleito deste ano, após Murilo decidir permanecer na prefeitura – abrindo mão de lançar seu nome para a disputa à Câmara Federal. A posição do prefeito teria sofrido influência de Toninho. Tião, que aguardava a chance de comandar a cidade e colocar em prática projetos para Várzea Grande, deu à época o primeiro passo para formar bloco.

Ainda segundo informações, os “vetos” às ações do secretário a cargo da “chefia” da prefeitura tem colocado Tião em posição de enfrentamento. Diante do racha entre os republicanos evidenciado na cidade, membros da direção regional do PR deverão intervir na tentativa de evitar reflexos ainda mais negativos para o partido.