Com a dose, o corpo luta contra tumores microscópios após cirurgia de câncer colorretal
Pesquisadores usam tumor do paciente para criar vacina personalizada
Cientistas americanos descobriram um novo tipo de vacina que pode ser usada no tratamento de câncer colorretal, tumor que afeta o intestino grosso (cólon) e o reto. Ao cultivar células imunológicas em uma amostra de sangue do paciente misturada com proteínas do próprio tumor, o organismo é forçado a agira contra tumores microscópicos que não conseguem ser retirados por cirurgia.
A vacina de células dendríticas foi desenvolvida por pesquisadores do Centro Médico de Dartmouth-Hitchcock, nos Estados Unidos, e publicada na revista científica Clinical Cancer Research.
As células dendríticas fazem parte do sistema imunológico do corpo, responsáveis pela defesa do organismo. Elas identificam possíveis alvos e estimulam o corpo a lutar contra os micro-organismos invasores.
A vacina foi aplicada em pacientes com câncer colorretal cujo tumor já tinha alcançado o fígado, em processo de metástase (quando o tumor começa a se espalhar para outras partes do corpo).
A vacina de Dartmouth-Hitchcock foi feita da seguinte maneira: os pesquisadores cultivaram células dendríticas a partir de uma amostra sanguínea do paciente misturada a proteínas retiradas do tumor. A vacina personalizada foi então injetada no organismo do paciente.
Após o procedimento, os cientistas observaram que a vacina estimulou uma resposta imunológica contra o tumor induzindo a ação de linfócitos T, que também fazem parte do sistema de proteção do organismo.
Segundo o medico Richard Barth Jr., chefe de cirurgia geral do instituto e principal autor do estudo, os resultados indicam uma nova forma de tratar cânceres.
Tumores microscópicos
A equipe de Barth operou 26 pacientes para remover tumores que tinham saído do cólon e atingido o fígado. Nesses casos, após a cirurgia tradicional, os médicos geralmente esperam que poucos pacientes sobrevivam e que a maioria morra por causa de pequenas metástases no fígado que não conseguem ser detectadas durante a operação.
A equipe americana, no entanto, aplicou as vacinas com células dendríticas um mês após a cirurgia. Após cinco anos de acompanhamento, os resultados mostraram que os linfócitos T atuaram contra o tumor em 60% dos pacientes. Desse total, 63% conseguiram sobreviver e se viram livres do tumor. Já entre os 40% de pacientes que não conseguiram desenvolver nenhuma resposta imunológica a partir da vacina, apenas 18% deles sobreviveram e eliminaram o tumor.
De acordo com Barth, os resultados são significativos e trazem esperança para os pacientes que sofrem de câncer colorretal.
- O número pequeno de linfócitos T que foram gerados após a vacina não é capaz de destruir um tumor grande, mas, por outro lado, conseguem procurar e destruir depósitos microscópicos de tumores.
O pesquisador conclui que a vacina consegue manter o paciente em uma condição livre do tumor.
- É o nosso próprio sistema imunológico lutando. Eu estou otimista de que essa descoberta terá um impacto importante.
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