Fernando Márcio, 27, foi executado com 3 tiros; Polícia Civil não descarta envolvimento de militar
Civil prende PM suspeito de matar colega no quartel
A Polícia Civil prendeu, na noite de ontem (24), um policial militar suspeito de ter executado com três tiros o soldado Fernando Márcio da Silva, 27, no último dia 17, dentro do quartel da PM, em Colniza (1.065 km a Noroeste de Cuiabá). O nome do soldado não foi divulgado.
Fernando foi executado pelas costas. Conforme as investigações, a pessoa que atirou nele entrou no quartel, foi até a recepção onde o soldado estava trabalhando, conversou com ele, atravessou o balcão pela porta e, só depois, fez os três disparos contra a cabeça e as costas do Fernando.
De acordo com as informações do delegado responsável pelas investigações, Vinicius Prezoto, as suspeitas de que o assassino seja um policial militar são muitas.
"Ele [o soldado preso ontem] estava de plantão naquela noite e avisou aos outros três policiais que iria fazer um patrulhamento na cidade, que iria até a sua residência resolver um problema pessoal e que logo voltaria. Quando retornou, ele foi o primeiro a encontrar o colega morto e ligou para os outros militares", contou o delegado Prezoto ao MidiaNews, nesta quinta-feira (25).
O que mais pesa contra o militar preso ontem, segundo a Polícia Civil, é o fato de ele ter mentido no primeiro depoimento. "Segundo os outros policiais, ele ficou nervoso e pediu para que os colegas também mentissem, dizendo que ele estava no carro fazendo ronda pela cidade", afirmou o delegado.
Outros indícios de que o militar pode ser o autor do crime é a arma encontrada pela equipe de investigações. "Um revólver calibre 38 foi apreendido com o policial. Tudo indica que foi a mesma da qual sairam os tiros que mataram Fernando. A arma é do policial, porém não é registrada e foi encontrada na casa de um conhecido, que também está sendo investigado", disse Prezoto.
Segundo o delegado, em depoimento na delegacia, o policial militar negou tudo. Disse que mentiu e pediu para os colegas mentirem porque tinha se ausentado do trabalho para resolver problemas particulares. Disse que a arma é sua, mas que não ficava em seu poder.
O soldado foi encaminhado, ainda na noite de ontem, para Cuiabá. Ele vai ser interrogado na Corregedoria da Polícia Militar. Até o momento, ele está preso administrativamente, por abandono de posto. A Polícia Civil aguarda o resultado do exame de balística.
Família
De acordo com o irmão de Fernando, o também soldado da PM, Luiz da Silva, a família aguarda o desenrolar das investigações, conduzidas pela Polícia Civil de Conliza.
"Ainda está muito difícil para a gente, não temos informações. Fica difícil porque moramos muito longe de Colniza e a Policia não passa as informações que já tem. A dor é muito grande, ele [Fernando] está fazendo muita falta, principalmente para a filha de 4 anos, que chora de saudade", disse Luiz.
A execução
Fernando estava sozinho, na recepção do quartel, registrando alguns Boletins de Ocorrência no computador, quando foi executado. A informação é do delegado Vinícius Prezoto.
Outros três policiais militares que também estavam de plantão, no momento da execução, faziam ronda nas ruas da cidade. Quando retornaram à delegacia, encontraram o colega morto, com três tiros de revólver, caído sobre a mesa do computador.
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