Hospitais federais suspendem cirurgias eletivas para atender vítimas de confrontos no Rio
O Ministério da Saúde determinou nesta quinta-feira a suspensão de algumas cirurgias eletivas (sem caráter emergencial) na rede de hospitais federais do Rio. A medida, já adotada por hospitais municipais, visa garantir o eventual atendimento de feridos nos confrontos entre policiais e traficantes provocados pela onda de violência que atinge o Estado desde domingo (21).
"A medida faz parte de plano de contingência que visa dar suporte as redes públicas de saúde estadual e municipal ao oferecer equipes médicas e leitos cirúrgicos das unidades federais como retaguarda a possíveis demandas que possam surgir diante dos últimos acontecimentos envolvendo o combate ao crime em áreas da cidade", afirma o Departamento de Gestão Hospitalar da rede federal do Rio.
Foram atendidas com a medida as seis unidades da rede: hospitais do Andaraí, de Bonsucesso, Cardoso Fontes, de Ipanema, da Lagoa e dos Servidores do Estado. As férias e licenças de equipes de cirurgia também foram suspensas por tempo indeterminado.
"Toda a cirurgia eletiva programada pela rede federal que não acarrete graves prejuízo ao paciente será adiada, permitindo que parte da estrutura dos hospitais federais no Rio fique de prontidão para ampliar o atendimento de emergência."
BANCOS DE SANGUE
Além da suspensão dos procedimentos, os bancos de sangue dos hospitais de Bonsucesso, Cardoso Fontes e dos Servidores do Estado vão manter estoques com o objetivo de oferecer reserva técnica para prover possíveis demandas.
O secretário de Saúde e Defesa Civil do Rio, Sérgio Côrtes, fez um apelo para que os cariocas doem sangue, após deixar na noite desta quinta-feira o Hospital Getúlio Vagas, na Penha, para onde estão sendo levados os feridos do confronto entre traficantes e militares na Vila Cruzeiro, zona norte do Rio.
Côrtes atribuiu o baixo volume de doações ao medo dos cariocas de saírem de casa por causa da onda de violência. "É normal que as pessoas fiquem com medo de sair de casa, mas é preciso estimular as doações."
No último balanço divulgado pela Polícia Militar nesta quinta-feira, 36 pessoas morreram em confrontos com a polícia desde domingo.
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