Advogado de Farias afirma que contador mente e vai à Justiça
A defesa do prefeito de Barra do Garças Wanderley Farias (PR) aguarda o desenrolar das investigações relativas a Operação Atlântida, para definir quais medidas serão tomadas contra o contador da empresa Assessoria e Construções LTDA, que acusou o republicano e o deputado federal Wellington Fagundes (PR) de cobrarem 20% dos contratos executados na cidade a título de propina. “Vamos ver qual será o desenrolar das investigações para saber o que faremos contra este contador, que mentiu e inventou essa história”, pontuou o advogado de Farias, Daniel Casella.
Ainda conforme o jurista, se necessário, o contador será acionado na Justiça por danos moraes. Ele pondera, entretanto, que como o prefeito da cidade não é investigado, por enquanto, não conseguiu ter acesso aos autos do inquérito, conduzido pela Polícia Federal, que investiga a existência de uma quadrilha que fraudava e direcionava licitações na região do Araguaia. “O prefeito não se manifestou oficialmente porque não há nada contra ele. Como Farias não está envolvido, não pudemos ter acesso as investigações”, pondera Casella.
Conforme relatos do contador, o dono da Assecon, Antônio Jacomini, preso durante a operação, era íntimo de Farias e de Wellington. O deputado federal, inclusive, seria o responsável por viabilizar recursos para que as licitações fossem vencidas por ele em troca de 20% do valor de cada contrato. O contador prestou depoimento depois de ter aceito contribuir com informações às investigações em troca da redução ou extinção de sua pena. Wellington, por sua vez, também rechaçou as acusações feitas pelo contador, por meio de sua assessoria jurídica. O advogado Anderson Angelo de Oliveira, ressalta, inclusive, que vai acionar o funcionário da empreiteira na Justiça.
A Operação Atlântida realizada na semana passada, que culminou na prisão de 26 pessoas, apontou a existência de um cartel de empresas que participariam de um esquema onde havia conluio e combinação prévia entre os licitantes, direcionamento dos certames, supressão de propostas, rodízio e subcontratação, bem como extensão de atuação da base empresarial em órgãos públicos. Todas as pessoas já estão em liberdade e os agentes federais continuam analisando a documentação apreendida e os depoimentos colhidos nas oitivas para finalizar o inquérito.
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