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Política
Sábado - 27 de Novembro de 2010 às 17:22

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Moradores de Santa Cruz foram buscar ajuda de ONGs com atuação internacional para tentar barrar as atividades da CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico), inaugurada em junho no bairro da zona oeste do Rio.

As queixas contra a siderúrgica chegaram à Europa, sede da ThyssenKrupp. A empresa alemã é dona de 73% do empreendimento de cerca de R$ 14 bilhões. A Vale, com 27%, é parceira.

As reclamações vão desde o suposto envolvimento da siderúrgica com milicianos que atuam na região até danos à pesca local e a emissão no ar de um pó brilhante. Apesar de negar, a empresa não conseguiu evitar que esses assuntos chegassem aos tribunais brasileiros e a organismos internacionais.

Os principais críticos são os pescadores, que responsabilizam a dragagem da baía de Sepetiba, para a construção do porto da companhia, pela redução da pesca local. Segundo eles, metais pesados, que no passado vazaram da falida companhia Ingá, foram trazidos à tona.

"Meu ganho foi reduzido a 20% do que era", afirma Marcos Garcia, da Confapesca (Confederação das Federações de Pesca do Brasil). A empresa nega e diz que adotou práticas que evitaram a dispersão dos poluentes. Em nota, diz que foi autorizada por órgãos ambientais.

Na Justiça, ao menos sete ações de associações de pescadores pedem indenização de quase R$ 300 mil para cada um dos 5.763 associados. Os protestos também estão no cerne da acusação de envolvimento com milicianos.

Um pescador, que está em um programa de proteção da Secretaria Especial de Direitos Humanos, diz ter sido ameaçado de morte por se opor ao empreendimento.

Segundo o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), o pescador reconheceu o chefe da segurança da CSA como o autor das ameaças. A siderúrgica diz que as acusações são caluniosas. "O serviço de segurança da empresa é realizado por empresas legalmente estabelecidas e licenciadas por órgãos públicos competentes."

Parlamento Europeu

Em 2009, o caso foi exposto ao Parlamento Europeu. Em janeiro, o pescador ameaçado falou perante os acionistas da Thyssen. Em maio, o caso foi parar em Madri, no Tribunal Permanente dos Povos, que pediu a interrupção do projeto.

O processo culminou com a visita, em setembro, da eurodeputada Gabriele Zimmer, do partido alemão Die Linke (A Esquerda). Ela chegou pouco após a CSA ser multada em R$ 1,8 milhão pela emissão de material particulado na atmosfera.

A empresa diz que o material não oferece riscos à saúde. Os moradores discordam. Zimmer prometeu pedir à bancada de seu partido, no Parlamento alemão, que faça um pedido de explicações ao governo. "Eles podem não estar tão preocupados que a imagem deles seja prejudicada no Brasil, mas certamente ficarão se isso ocorrer na Europa", diz a eurodeputada. 






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