O FBI frustrou um plano de ataque com carro-bomba durante a cerimônia anual de inauguração de uma árvore de Natal, na noite de sexta-feira em Portland, Oregon, informaram as autoridades neste sábado.
O Departamento de Justiça identificou o suposto líder do complô como Mohamed Osman Mohamud, de 19 anos, cidadão americano de origem somali.
Mohamud foi detido por agentes do FBI e pela polícia de Portland por volta das 17H40 de sexta-feira (02H00 de Brasília de sábado), depois que ele tentou explodir uma caminhonete estacionada perto do local da cerimônia, a qual ele acreditava estar lotada de explosivos.
No entanto, o dispositivo havia sido desativado, e o público não correu riscos, destacaram as autoridades.
"Ao mesmo tempo, gostaria de esclarecer às pessoas desta comunidade que, de qualquer modo, retiramos sua capacidade de fato de realizar o atentado", afirmou Arthur Balizan, agente especial do FBI em Oregon.
De acordo com os autos do processo, o FBI descobriu em agosto de 2009 que Mohamud mantinha contato por e-mail com um cúmplice no exterior, supostamente envolvido em atividades terroristas, que foi localizado na fronteira noroeste do Paquistão.
Em dezembro de 2009, este suspeito e Mohamud discutiram a possibilidade de que este último fosse ao Paquistão para se unir à jihad. Além disso, ele contou a Muhamud sobre um segundo conspirador, fornecendo seu nome e endereço de e-mail para que entrassem em contato e facilitar o plano, segundo os documentos judiciais.
Nos meses que se seguiram, Mohamud tentou falar com este homem por diversas vezes, em vão.
No fim de junho, uma operação secreta do FBI mandou um e-mail para Mohamud, fingindo ser um associado de seu contato paquistanês e combinando um encontro em Portland, em julho.
Na ocasião, Mohamud disse a dois agentes do FBI disfarçados que desde os 15 anos pensa em lutar a guerra santa contra os infiéis, e que havia identificado um alvo potencial para um atentado a bomba: a cerimônia anual de inauguração da árvore de Natal de Portland, na praça Pioneer Courthouse.
Os agentes do FBI o advertiram várias vezes sobre a gravidade do plano, argumentando que muitas crianças estariam no local. Mas Mohamud apenas respondia que seu alvo era "uma grande massa, que será (...) atacada em seu próprio elemento com suas famílias, celebrando a festa", indica o documento.
Nos meses seguintes, Mohamud identificou um lugar para a colocação da bomba, e enviou um e-mail para os agentes do FBI disfarçados, acreditando que eles fabricariam o explosivo.
Além disso, enviou a eles fotos de passaporte, como parte do plano para escapar do país após o atentado.
Em novembro, Mohamud e os agentes encobertos viajaram até uma localidade remota do condado de Lincoln, no Oregon, onde detonaram uma bomba dentro de uma mochila, num teste para o ataque de Portland.
"Quero que quem quiser participar do evento evento saia de lá morto ou ferido", teria dito Mohamud, segundo o documento.
No mesmo dia, gravou um vídeo assumindo a autoria do atentado.
Mohamud foi preso na sexta-feira, quando tentou detonar à distância o que acreditava ser a caminhonete cheia de explosivos perto do local da cerimônia, de acordo com as autoridades.
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