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Nacional
Segunda - 29 de Novembro de 2010 às 07:25

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Reinaldo Marques/Terra
Detidos são agrupados antes de serem removidos da região da favela da Grota
Detidos são agrupados antes de serem removidos da região da favela da Grota

O jornal Voz da Comunidade, produzido por jovens da comunidade, e o coordenador da ONG Afro Reggae José Júnior, informantes de dentro do Complexo do Alemão, denunciaram supostas agressões na favela, após o tomada do local pelas forças policiais deste domingo.

"Chegando muitas mensagens de moradores falando que estão sendo espancados no complexo!", postou José Júnior. As informações não foram confirmadas, e também não se sabe se as agressões são por parte das autoridades ou não.

"Acabei de confirmar num telefonema que moradores estão sem espancados, estão quebrando casas", disse o jornal Voz da Comunidade por meio de sua conta no microblog Twitter. "Segundo informações de moradores estão invadindo casas na Rua 2 na Alvorada".

Nenhum representante da polícia militar e da secretaria de segurança foi localizado para comentar as denúncias.

Pizza
Se por um lado a violência estaria reaparecendo no Alemão, por outro a favela volta pouco a pouco a ter suas atividades normalizadas. A pizzaria do Complexo, segundo o Voz da Comunidade, já está funcionando, e está com bastante demanda. "Liguei agora pra pedir uma pizza e disseram que o telefone não para de tocar", informou.

Violência
Os ataques tiveram início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis abordaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha, na altura da rodovia Washington Luis. Eles assaltaram os donos dos veículos e incendiaram dois destes carros, abandonando o terceiro. Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer).

Cartas divulgadas pela imprensa na segunda-feira levantaram a hipótese de que o ataque teria sido orquestrado por líderes de facções criminosas que estão no presídio federal de Catanduvas, no Paraná. O governo do Rio afirmou que há informações dos serviços de inteligência que levam a crer no plano de ataque, mas que não há nada confirmado.

Na terça, todo efetivo policial do Rio foi colocado nas ruas para combater os ataques e foi pedido o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para fiscalizar as estradas. Ao longo da semana, Marinha, Exército e Polícia Federal passaram a integrar as forças de segurança para combater a onda de violência.

Desde o início dos ataques, o governo do Estado transferiu 18 presidiários acusados de liderar a onda de ataques para o Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná. Os traficantes Marcinho VP, Elias Maluco e mais onze presidiários que estavam na penitenciária de Catanduvas foram transferidos para o Presídio Federal de Porto Velho, em Rondônia.

Na quinta-feira, 200 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) entraram na vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Muitos traficantes fugiram para o Complexo do Alemão. O sábado foi marcado pelo cerco ao Complexo do Alemão. À tarde, venceu o prazo dado pela Polícia Militar para os traficantes se entregarem. Dentre os poucos que se apresentaram, está Diego Raimundo da Silva dos Santos, conhecido como Mister M, que foi convencido pela mãe e por pastores a se entregar. Na manhã de domingo, as forças efetuaram a ocupação do complexo.

Desde o início dos ataques, até o ínicio da incursão no Complexo do Alemão no domingo, 28, pelo menos 38 pessoas morreram em confrontos no Rio de Janeiro e 181 veículos foram incendiados.





Fonte: Terra

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