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Agronegócios
Segunda - 29 de Novembro de 2010 às 20:40

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O fenômeno La Niña está causando mais problemas à cultura da soja do que se imaginava antes do plantio. Com o grande atraso e instabilidade das chuvas em muitas regiões, as plantas estão mais suscetíveis aos ataques de pragas. Uma das maiores preocupações dos sojicultores do Mato Grosso são as lagartas, principalmente a lagarta-elasmo. Ela apareceu com muito mais intensidade nesta safra por causa da seca na entressafra que não permitiu o controle preventivo correto. A palha que cobria o solo ficou muito seca, atrapalhou o preparo do solo, e a dessecação não foi feita de forma correta em muitas propriedades. Com isso, na hora do plantio algumas áreas já estavam infestadas com a lagarta-elasmo e agora só resta fazer o controle químico, através de inseticidas seletivos.

Outro problema que poderá ser sentido pelos produtores de soja este ano é o ataque dos percevejos no fim do ciclo vegetativo. Como eles só atacam no final, muitos produtores se esquecem dos danos que eles podem causar às plantas e não fazem o controle preventivo. Principalmente, neste ano de La Niña o monitoramento da lavoura para acompanhar a população de percevejos é fundamental. Eles atacam após o enchimento de grãos e danificam diretamente o grão da soja. Para alertar os produtores dos problemas que estão acontecendo nesta safra, a Fundação MT está percorrendo 16 municípios do Estado de Mato Grosso com uma equipe de pesquisadores que vai dar explicações e palestras sobre doenças, pragas, aplicação de produtos e o fenômeno La Niña. O evento É Hora de Cuidar da Soja 2010, começou dia 16 de novembro e vai até 3 de dezembro.

— A opção que a gente tem agora contra as lagartas é inseticida porque o manejo deveria ter sido feito antes do plantio com dessecação antecipada. A gente sempre chama atenção para o produtor usar o inseticida mais seletivo porque ainda está no início da germinação da planta e colonização de inimigos naturais. Se a gente colocar um produto muito forte neste início da cultura pode gerar problemas futuros. A gente chama atenção sempre que os produtores devem fazer o monitoramento e olhar a lavoura toda semana até o período vegetativo e intensificar esse monitoramento a partir do florescimento, visitando a lavoura de 3 a 4 dias. Porque nesse momento de enchimento de grãos é que o produtor pode ter as maiores perdas — alerta Lucia Vivan, pesquisadora da Fundação MT.

Além da das lagartas e percevejos, outras pragas podem causar danos à cultura da soja. A espodóptera tem o hábito de se alimentar de plantas recém-germinadas da soja. A lagarta falsa-medideira e a lagarta da maçã causam a desfolha da planta e também podem provocar problemas regionalizados, assim como os corós, percevejos castanhos e a mosca-branca, que atacam regiões específicas.

— Os produtores devem ficar atentos em relação aos percevejos porque no início da cultura não se tem muito problema com estes insetos e os agricultores costumam não dar muita importância a eles e no final sempre se perde para o percevejo. Muitos problemas causados são por erro de monitoramento porque muitas vezes o produtor aplica o produto fora do período de ação da praga — explica.






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