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Terça - 30 de Novembro de 2010 às 14:39
Por: MAYARA MICHELS

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MidiaNews/Divulgação
O teto de vidro do Edifício Dunhill (destaque) evitou que a queda de João Victor fosse fatal
O teto de vidro do Edifício Dunhill (destaque) evitou que a queda de João Victor fosse fatal

As suspeitas sobre o consumo de álcool na festa de confraternização entre adolescentes, ocorrida no último sábado (27), no Edifício Dunhill, em Cuiabá, foram confirmadas pelo síndico do prédio, Eduardo Brasileiro. O local foi palco da tragédia em que o menor João Victor Leon Leite, 16, caiu do 4º andar e está internado em estado gravíssimo no Hospital Santa Rosa.

Segundo Brasileiro, o consumo de bebidas alcoólicas por parte dos garotos foi intenso. "Caixas de cervejas e muita vodka eram visíveis nas mesas da churrasqueira e nas mãos dos jovens. O som alto e o barulho, com gritaria e palavrões, também foram intensos naquele dia", afirmou o sindico. A festa ocorreu no salão de festas do Dunhill, no térreo.

Em entrevista ao MidiaNews, o síndico contou que o barulho da queda de João Vítor foi alto, o que levou vários moradores do prédio a descerem para ver o que, de fato, havia acontecido. "Quando desci, vi o jovem desmaiado no chão, coberto de vidro. Acionamos o Serviço de Atendimento Móvel de Saúde (Samu). que encaminhou o garoto para o Pronto-Socorro da Capital", contou Eduardo Brasileiro.

"Após a retirada do João Victor, dei uma volta no condomínio, quando verifiquei o consumo de bebida alcoólica e ainda me deparei com sujeira na garagem do edifício. Foi quando vi que os jovens tinham defecado em cima da moto de um morador do condomínio", revelou o síndico.

A festa, que começou por volta das 17h de sábado, teve a autorização do pai do adolescente (não identificado), proprietário do apartamento de onde João Vítor caiu, no 4º andar. "Foi o morador que reservou a churrasqueira, dias antes do evento. Foi ele quem assinou e pediu a reserva do espaço para a realização de uma festa do filho", contou o síndico.

Cerca de 30 pessoas participaram da festa de confraternização de ex-alunos e alunos do Colégio São Gonçalo, um dos mais tradicionais da Capital. Meninas que também participaram o evento teriam ingerido bebidas alcoólicas, segundo as informações.

Ainda segundo o sindico, as imagens das 16 câmeras do circuito interno do edifício já foram entregues para a Polícia Civil, que realiza as investigações sobre o acidente. "Estamos acompanhado as investigações. Eu e os moradores estamos prontos para ajudar a Polícia no que for preciso, para que esse caso seja solucionado o mais rápido possível", concluiu o síndico.

Investigação

A investigação foi transferida para a Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica). A delegada Liliane Murata instaurou o inquérito na tarde de ontem (29) e deu inicio às apurações na manhã de hoje.

"Recebi hoje os quatro CDs que contêm as imagens das 16 câmeras do prédio. Ainda pela manhã, os pais de João Victor, Carlos Roberto Leon Leite e Arlete Leon Leite, os proprietários do apartamento de onde o adolescente caiu, o síndico e o porteiro serão intimados a comparecer, na tarde desta terça-feira (30), para prestarem o primeiro depoimento oficial sobre o acidente", afirmou Liliane Murata.

Segundo a delegada, o crime, até o momento, ainda é marcado pelo mistério. O que se tem de concreto é que há uma vítima, mas não existem ainda autor ou autores do crime.

A delegada disse que, com a intensificação das investigações, as pistas irão aparecer. Apesar de o pai do garoto, Carlos Roberto, descartar a hipótese de tentativa de suicídio, para a polícia, não se pode descartar nada. "Não descartamos a hipótese de tentativa de suicídio ou de tentativa de homicídio. Mesmo com as informações que o João Victor é o jovem pacato, calmo e que não ingeria bebidas alcoólicas, ainda não descartamos nenhuma hipótese. Todas serão investigadas", afirmou a delegada.

A Polícia Civil tem 30 dias para concluir o inquérito. Após este prazo, ele será protocolado no Fórum da Capital e, se algum menor for indiciado pelo crime de tentativa de homicídio, o caso será transferido para a Delegacia Especializada do Adolescente (DEA).




Vista do alto da janela lateral do 4º andar do Edifício Dunhill, em fotografia tirada por um morador do Dunhill; e da proteção de vidro






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