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Educação
Terça - 30 de Novembro de 2010 às 14:43
Por: Julia Munhoz

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O filho de um deputado estadual pode estar envolvido no esquema articulado para fraudar as provas do curso de Medicina do Centro Universitário de Cuiabá (Unic), realizadas entre sábado (27) e domingo (28). A denúncia foi feita ao Olhar Direto pela mãe de um dos candidatos detidos no dia do vestibular.

“Eu fiquei arrasada porque o nome dele (filho do deputado) não foi divulgado como o do meu filho. Eu tenho certeza que ele comprou o gabarito também. Vi quando o deputado esteve na delegacia para buscá-lo (filho)”, disse a mãe, que preferiu não se identificar.

Ela garantiu não restar dúvidas de que se tratava do filho do parlamentar, pois os dois rapazes flagrados recebendo as respostas do gabarito via celular, escondidos nos sapatos, já haviam estudado juntos durante o ensino médio.

Revoltada, a mãe entrou em contato com a Polícia Civil para questionar a possível ‘omissão’ do nome do filho do deputado. Segundo ela, a justificativa dada foi de que dois menores também teriam comprado as respostas e, por isso, não tiveram os nomes divulgados.

O delegado Luciano Inácio não confirmou a participação de menores, mas explicou que nesse caso se houver adolescentes envolvidos não é permitida a divulgação de nomes. “Em qualquer caso não é permitido divulgar nome de menores envolvidos, imagina nesse caso que, conforme a legislação, quem comprou não cometeu crime”, disse em entrevista ao Olhar Direto.

O caso está sendo investigado pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Judiciária Civil. De acordo com a delegada Ana Cristina Feldner, responsável pelas investigações, 22 candidatos foram detidos no momento da prova e outras sete pessoas estão presas sob acusação de terem vendido as respostas. O envolvimento de mais pessoas não foi descartado.

Feldner explicou que as vagas foram compradas por valores que variavam entre R$ 10 mil e R$ 20 mil. Nestes valores, os estelionatários incluíam ainda um kit completo, composto por tênis e chip. A polícia também apreendeu R$ 52 mil em dinheiro e cheques, além de um veículo Gol, cor preta, utilizado para o pagamento aos estelionatários.

As sete pessoas foram presas por, supostamente, terem "ditado" o resultado do gabarito. Os vestibulandos que pagaram pelas respostas foram liberados porque, de acordo com Feldner, o ato praticado pelos estudantes, "apesar de imoral, não é ilegal".
 
As fraudes teriam sido praticadas no primeiro e segundo dia, fato que reforça a suspeita de que dois ou mais esquemas estariam sendo colocados em prática para aprovar os estudantes. Ainda, segundo a delegada, a ação para desarticular o esquema de fraude teve respaldo da universidade.

A equipe do Olhar Direto não divulgou os nomes dos candidatos devido a denunciante não ter autorizado a dispobilização dos mesmos e diante da falta de provas materiais.






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