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Internacional
Terça - 30 de Novembro de 2010 às 19:43

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O número de pessoas em situação de pobreza na América Latina e no Caribe diminuirá, este ano, de 183 para 180 milhões, graças à recuperação econômica, o que significa um retorno aos níveis anteriores à crise de 2009, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira no Chile pela Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe).

Isto revela, além disso, que o impacto da crise em 2009 foi menor que o estimado pela Cepal, que tinha projetado que o número de pobres aumentaria no ano passado para 189 milhões.

Desta forma, a pobreza só aumentou de 33%, em 2008, para 33,1%, em 2009, e para este ano está previsto uma redução para 32,1%, quando a Cepal espera que a economia regional cresça acima da projeção feita em 2009, de 5,2%.

O "Panorama Social da América Latina 2010" da Cepal assinala, além disso, que a indigência diminuirá de 13,3%, em 2009, para 12,9%, em 2010, quando do total de pobres, 72 milhões terão a condição de indigentes, dois milhões a menos que no ano anterior.

A redução das taxas de pobreza e indigência responde à "vigorosa recuperação" mostrada este ano pela maioria dos países da região após o impacto da crise financeira, em 2009.

"Em 2010, serão recuperados os níveis de 2008. Acabou o ciclo de crise onde a recuperação se deu de forma muito mais lenta", destacou nesta terça-feira na apresentação do relatório a secretária executiva da Cepal, a mexicana Alicia Bárcena.

Além disso, "a deterioração de 2009 não reverteu as importantes conquistas" do período compreendido entre 2002 e 2008, quando 41 milhões de latino-americanos saíram da pobreza, ressaltou Alicia.

Segundo o relatório, a pobreza desceu na maior parte dos nove países estudados.

De 2008 a 2009 caiu no Brasil (de 25,8% para 24,9%), Paraguai (de 58,2% para 56%), República Dominicana (de 44,3% para 41,1%) e Uruguai (de 14% para 10,7%), enquanto entre 2006 e 2009 diminuiu também na Argentina (de 21% para 11,3%) e Chile (de 13,7% para 11,5%).

Por outro lado, a pobreza aumentou de 2008 para 2009 na Costa Rica (de 16,4% para 18,9%) e Equador (de 39% paraa 40,2%), enquanto no México subiu de 31,7%, em 2006, para 34,8%, em 2008.

Por outro lado, a crise também não parou o impulso da luta contra a desigualdade, que se manifesta na região desde 2002, já que aconteceu uma queda na maioria dos países analisados, com exceção da Costa Rica, República Dominicana e Guatemala.

A redução da desigualdade se refletiu com maior vigor na Venezuela, Argentina, Brasil, Peru e El Salvador, e a Cepal a atribui ao aumento da renda dos trabalhadores de famílias pobres e das transferências públicas, orientadas a diminuir o impacto da crise.

Concretamente, o gasto público social cresceu fortemente entre 1990 e 2008, tanto em termos absolutos (de US$ 445 para US$ 880 por pessoa) como relativos (de 12,3% para 18,4% do PIB).

Segundo a Cepal, a tendência generalizada em direção a redução da pobreza e da indigência, a melhoria da distribuição de renda e o aumento das receitas das famílias pobres respondem a uma vontade explícita e à capacidade dos países para diminuir os custos sociais da crise.

Durante a crise de 2009, os Governos da região aplicaram políticas para combater a crise e aumentaram o gasto público social, o que unido a uma situação macroeconômica atual propícia, com baixos índices de inflação, explica também a melhora desses índices.

O documento da Cepal reserva, além disso, um espaço especial para a análise da educação na região, considerada um instrumento fundamental para romper a transmissão da desigualdade.

A Cepal assinala que, em média, 49% dos homens e 55% das mulheres entre 20 e 24 anos completaram o ensino médio, enquanto em zonas rurais esses números só chegam a 26% dos homens e 31% das mulheres, e entre jovens indígenas, 22% e 20%, respectivamente.

Ressalta, além disso, que na América Latina os Governos cumprem um papel limitado no financiamento do consumo de crianças e jovens (21% contra 73% das famílias), ao contrário do que ocorre em economias desenvolvidas, onde o Estado (45%) e as famílias (51%) compartilham a responsabilidade. 





Fonte: DA EFE

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