Justiça concedeu HC a 7 presos por não apresentarem risco à apuração
Fraudadores de vestibular da Unic ganham liberdade
A Justiça colocou em liberdade, no final da tarde de ontem, em Cuiabá, os sete presos em flagrante no esquema de fraude das provas do vestibular de medicina da Universidade de Cuiabá (Unic), ocorrido no último final de semana. A decisão partiu da juíza Marcemilla Mello, da 3ª Vara Criminal.
Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, a juíza teria concedido habeas corpus porque o grupo apresentou provas de que possui residência fixa, não possui antecedentes criminais e não irá atrapalhar as investigações. Todos os envolvidos estavam presos na Polinter e seguiam para o Centro de Ressocialização do Estado, antigo Carumbé, quando a decisão judicial foi cumprida. Eles vão responder na Justiça pelos crimes de estelionato e formação de quadrilha.
Até o momento, a polícia já identificou 29 pessoas envolvidas nas fraudes. Sete estavam presos e, os demais, 22 envolvidos, são estudantes que pagaram entre R$ 10 mil e R$ 20 mil para receber as informações via telefone celular enquanto faziam as provas. Estes foram detidos, prestaram depoimento e ganharam a liberdade em seguida.
Entre os sete apontados como responsáveis pelas fraudes está o estagiário de Direito Agripos Lucas Matheus Santos, de 20 anos, que assessora um juiz na comarca de Diamantino (300 Km de Cuiabá). O “cabeça” do grupo, designado para fazer a prova e, depois passar as respostas aos alunos, é Fortunato Simões Franco, 19 anos, apontado como “piloto”. Franco, conforme informações da polícia, tinha outro membro da família participando das fraudes, o primo Pedro Simões Franco Nunes, 21. Também faziam parte do grupo, na atribuição de transmitir as respostas, Juan Thiago Nunes Pagnussat, Paulo Cezari Frizando e Natan Lúcio Moreira.
Com os fraudadores a polícia apreendeu R$ 51 mil, sendo R$ 28,5 mil em dinheiro e R$ 22,5 mil em cheques, além de dezenas de celulares, pares de sapatos, em especial tênis, um notebook, dentre outros objetos. Parte do dinheiro, R$ 5 mil, foi apreendida na cueca de um dos rapazes que transmitiam as respostas.
ESQUEMA - A delegada Ana Cristina Feldner, responsável pelas investigações, disse que os estudantes levavam celulares dentro de tênis e sandálias para receber as informações. Os aparelhos foram colocados nos saltos presos aos pés por faixas. O esquema de transmissão das respostas funcionava por número de vibrações do celular. O aviso de que a prova estava começando foi emitido com seis vibrações. Depois, seguiram com uma vibração para a letra A, duas para a B e assim sucessivamente. O intervalo entre uma resposta e outra levava 10 segundos.
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