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Cidades
Quarta - 01 de Dezembro de 2010 às 07:45
Por: Renê Dióz

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Pais do menor prestaram depoimento e afirmaram que não tinha vícios e nem se suicidaria:
Pais do menor prestaram depoimento e afirmaram que não tinha vícios e nem se suicidaria: "foi lá se divertir"

O estudante João Vitor Leon Leite, 16 anos, que despencou do quarto andar do edifício Dunhill, estava alcoolizado, mas só caiu da janela do hall de elevador devido a um impulso. Essas são as primeiras constatações da delegada Liliane Murata, que investiga o intrigante acontecimento da madrugada de domingo e, por enquanto, baseia-se em imagens de circuito interno, análises periciais e o depoimento dos pais do estudante.

Segundo a delegada, de acordo com a altura da janela do hall, “para cair, teria de se impulsionar”. Afinal, para uma pessoa de mais ou menos 1,70 metro, a janela bate no peito, de forma que seria impossível um simples deslize projetar o corpo inteiro de uma pessoa para fora e provocar uma queda.

Resta investigar por quem foi dado este impulso, se pelo próprio João Vitor ou por uma outra pessoa. A polícia sabe por imagens de circuito interno - o edifício dispõe de 16 câmeras - que o estudante foi induzido por uma outra pessoa ao elevador. Esta pessoa também apertou o botão do elevador para o estudante subir, mas a polícia não sabe se esta pessoa é mais um dos aproximadamente 30 jovens que participavam da mesma festa que João Vitor ou se tratava de um adulto. A delegada não soube dizer se há imagens do hall de onde o estudante caiu.

Antes desse momento, entretanto, a delegada declarou que imagens de circuito interno mostram João Vitor com andar cambaleante e comportamento notadamente de alguém alcoolizado. A constatação da polícia contrasta com a declaração dos pais de João, Carlos Alberto Leon e Arlete Leon. Ontem, por cerca de quatro horas, eles prestaram depoimento na Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) e afirmaram que João Vitor é um jovem sem vícios.

Sobre a possibilidade de o estudante ter sido forçado a ingerir bebida alcoólica, eles alegaram não ter como saber, tal como a delegada. De acordo com a polícia, o churrasco de confraternização que acontecia na área comum do edifício desde as 18h de sábado contava com grande quantidade de bebida, como cerveja e vodka. Além do som alto, houve atos de vandalismo verificados por parte dos jovens no edifício.

A hipótese de que a queda de João Vitor fora provocada por discussões e atos de bullying entre os que participavam da festa não foi confirmada pela delegada. Ela esclareceu que a possibilidade foi levantada por uma moradora.

Porém, a festa acontecia entre amigos, muitos de longa data. A área da churrasqueira foi reservada pelo morador do 402 (quarto andar, para onde João teria subido de elevador). Ele ainda será ouvido. A confraternização era entre colegas do Salesiano São Gonçalo, onde João Vitor estudou da pré-escola à oitava série, antes de mudar de colégio.

INVESTIGAÇÕES – A polícia ainda identificará e interrogará moradores e jovens que participaram da festa. As imagens de câmeras de segurança ainda devem ser analisadas. A expectativa da família é de esclarecer o incidente, o qual eles não acreditam, em hipótese alguma, ter sido uma tentativa de suicídio de João Vitor (tal como foi registrado no boletim de ocorrência). “Que acabe essa impressão de que houve suicídio. Ele foi para o churrasco para se divertir”, afirmou o pai. Amigos e pessoas do convívio escolar também apontam a tese como improvável, pois João, extrovertido, nunca fora alvo de chacota, preconceito ou bullying. O pai e a mãe dele também pediram a solidariedade das pessoas que puderem rezar por João. Ele continua internado em estado grave, com traumatismo craniano grave e contusão pulmonar, está sedado e respirando com ajuda de aparelhos.






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