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Quarta - 01 de Dezembro de 2010 às 23:38

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A diretora da entidade da MTV para o combate à Aids estava nervosa por não contar com uma celebridade para a campanha do Dia Mundial da Aids neste ano, mas decidiu apostar na história de dois jovens anônimos.

O canal de música exibe nesta quarta-feira (1º) um documentário de uma hora, chamado "Me, Myself and HIV", que mostra a rotina de dois soropositivos: a universitária norte-americana Angelikah, de 25 anos, e o aspirante a músico Slim, de 21, que vive em Zâmbia.

"Celebridades são fantásticas e têm um papel nisso tudo [o combate à epidemia], mas as verdadeiras vozes dos jovens que vivem com o HIV estão fazendo as pessoas se voltarem para essa questão", disse Georgia Arnold, que participou em 2004 da criação da Fundação Staying Alive.

Os dois protagonistas do documentário vivem algumas complicações por serem soropositivos, mas também compartilham a mensagem positiva de que é possível levar uma vida plena mesmo com o vírus.

O programa mostra, por exemplo, o namorado de Angelikah, Taylor, fazendo um exame de HIV --ele não tem o vírus--, e o casal conversando sobre a possibilidade de ter uma vida sexual normal, tomando as devidas precauções.

Nem todos os colegas de faculdade dela sabem da doença, e Angelikah se lembra do rompimento com a melhor amiga, que a culpou por ter contraído o HIV.

Já Slim relutou em se assumir como portador do HIV, mas acha libertadora a experiência quando afinal faz isso.

Os dois jovens falam também sobre a rotina de tomar remédios e o risco de desenvolverem resistência aos medicamentos.

"Me, Myself and HIV" irá ao ar em 63 canais da MTV, alcançando 596 milhões de domicílios em 159 países.

Arnold disse que uma preocupação do filme foi não banalizar o HIV e a aids. Embora a doença seja hoje mais controlável do que há alguns anos, ela lembrou que os medicamentos causam sérios efeitos colaterais, e que as vítimas podem ficar psicologicamente abaladas.

Após a realização do filme, por exemplo, Angelikah e Taylor se separaram.

"Ser soropositiva pode não ser a sentença de morte que costumava ser, mas momentos como estes me deixam com a sensação de que eu fui condenada à prisão perpétua em confinamento solitário", diz a moça.

"Sei que, sendo no meu caso indetectável e eu estando segura o tempo todo, as chances de eu passar isso para alguém são pequenas, quase nulas. Infelizmente, os fatos nem sempre vencem o medo. Não deveria ser assim, mas o estigma é poderoso."

Arnold disse que a principal mensagem de "Me, Myself and HIV" foi encorajar os jovens a fazerem exames e, se necessário, se tratarem. "A preocupação é que as pessoas digam Qual é o problema (de ter HIV)? Já foi, esqueça. Mas milhares de pessoas morrem por dia de doenças relacionadas à aids."

Estima-se que, em 2009, 33,3 milhões de pessoas eram portadores do vírus no mundo todo.





Fonte: Reuters

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