Intervenção visa a acabar com atendimento desumano no Pronto-Socorro da Cidade Industrial
Contra calamidade, MPE notifica a Prefeitura de VG
O Ministério Público Estadual (MPE), por meio do promotor de Defesa e Cidadania em Várzea Grande, Carlos Eduardo Silva, notificou o prefeito, Murilo Domingos (PR), secretário de Saúde, Renato Tetilla, e o diretor-geral do Pronto-Socorro, Jorge Lafetá, para que solucionem a situação de calamidade em que se encontra a unidade de saúde. A gestão tem 10 dias para tomar as providencias.
O MidiaNews esteve no local, no último dia 18 de novembro, e constatou o nível deplorável do atendimento aos pacientes. Muitos são obrigados a se submeter a situações desumanas, em função das péssimas condições da estrutura, superlotação e demora nos procedimentos.
A reportagem flagrou e denunciou várias situações de desrespeito para com os cidadãos que necessitam dos serviços da Saúde Pública.
Entre as determinações do MPE, estão a realização de um mutirão de atendimento médico, para diminuir o número de pacientes que aguardam por atendimento; classificar a situação de cada paciente que se encontra na unidade de saúde; e de ser priorizado os atendimentos dos pacientes que se enquadram na situação de urgência e emergência.
Atualmente, 40 pessoas aguardam cirurgias ortopédicas no Pronto-Socorro de Várzea Grande, informou o diretor-clínico da unidade, João Santana Botelho. Existem casos em que os pacientes que passam de dois meses de espera por uma cirurgia, a maioria devido a acidente de trânsito.
O promotor ainda recomendou que a prefeitura elabore um plano de melhoria das cinco policlínicas existentes na cidade. A finalidade é reduzir a procura no Pronto-Socorro, fazendo com que as policlínicas funcionem nos bairros, principalmente, quanto aos atendimentos ambulatoriais e pequenos procedimentos cirúrgicos.
Jorge Lafetá informou que o hospital será reformado e as obras serão iniciadas em 15 dias. Recentemente, o diretor disse que seria necessário R$ 1,3 milhão para fazer modificações e adequação na estrutura do Pronto-Socorro. O dirigente disse que já esteve na Caixa Econômica Federal (CEF) discutindo os projetos de reforma.
Renato Tetilla atribuiu à culpa do caos vivod pelo Pronto-Socorro da cidade à falta de atendimento em Cuiabá. "A dificuldade que Cuiabá colocou no atendimento se reverteu para o atendimento em Várzea Grande", afirmou.
Outras medidas
O promotor de Defesa do Patrimônio Público de Várzea Grande, Tiago Afonso, informou que, somente neste ano, o MPE ingressou com oito ações contra a prefeitura, sendo que, em três delas, a Promotoria pediu o afastamento do prefeito.
Uma dessas ações diz respeito às péssimas condições do sistema municipal de Saúde, que se encontra aguardando uma decisão do judiciário.
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