Aquecimento global influencia preço de alimentos, diz economista
Enquanto embaixadores discutem o aquecimento global na Conferência do Clima (COP-16), no México, os consumidores sentem os efeitos da desordem ambiental derretendo o dinheiro na carteira. Variações anormais das chuvas, que não respeitam épocas esperadas para colheita e cultivo, têm afetado cada vez mais a produção de alimentos. Foram problemas climáticos, por exemplo, que prejudicaram a oferta de trigo na Rússia e elevam os preços dos pães por aqui.
A falta de chuvas no período correto prejudicou o pasto e reduziu a produção de carne bovina (25,6% mais cara). Outra vítima da chuva é o feijão, que ficou mais caro. Já batata (queda de 31%), cenoura (-50%) e cebola (-60%) tiveram grandes cortes nos preços.
"Dias em que chove mais do que se esperava para todo o mês estão mais comuns. Chuva e a seca estão mais intensas do que o esperado", analisa o economista Christian Travassos, da Fecomércio-RJ, que aposta que o clima afetará ainda mais a economia.
Ele explica que o setor extrativista e agropecuário são os primeiros a perceber os sinais. Mas o comércio já sente os impactos com altas de preços, por conta da participação do Brasil no mercado internacional. "A integração de mercados reforça as oscilações abruptas. Produtos "in natura" sofrem mais essa tendência", diz. Uma outra explicação para a forte variação nos preços é a alternância de culturas.
Cultivo
O aquecimento da temperatura do planeta agora permite que regiões frias demais para produzir batam recordes de produtividade. Para o consumidor, aumenta a oferta.
Inflação
As alterações de preços não-previstas pegam de surpresa produtor, varejista e consumidor e fica mais difícil planejar a compra. Substituir virou chave para economizar.
Comentários