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Educação
Quarta - 08 de Dezembro de 2010 às 07:38
Por: Renê Dióz

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A qualidade da educação básica em Mato Grosso foi classificada como a 12ª entre os estados no ranking divulgado ontem pelo governo federal. A posição, intermediária, é o pior desempenho dentre as unidades da região Centro-Oeste, com resultado abaixo da média nacional, segundo dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Apesar disso, o Estado obteve o salto de cinco posições desde a última pesquisa, realizada em 2006, mas não avançou mais, segundo governo e professores, graças ao gargalo do ensino médio.

O Pisa é realizado em 65 países do mundo e, para este último levantamento (referente a 2009), monitorou o desempenho em leitura, matemática e ciências de 470 mil estudantes nascidos em 1993 (sendo 20 mil no Brasil). Para cada área do conhecimento, são atribuídos pontos. O Brasil está com 401 pontos de média geral (a média mundial é 496). O Distrito Federal tem a melhor pontuação, 439.

Mato Grosso, que no último levantamento estava na 17ª posição, está com 389 pontos, figurando novamente abaixo da média nacional (em 2006, o Pisa atribuiu média de 384 ao Brasil e 370 a Mato Grosso). É suficiente para superar somente estados historicamente cambaleantes nesse tipo de avaliação, como Paraíba, Bahia e Tocantins (todos do Norte ou Nordeste). Alagoas teve o pior desempenho: 354 pontos.

Em leitura, os mato-grossenses obtiveram meio ponto acima da Argentina neste quesito. Em matemática, pontuação mais próxima à da Colômbia e, em ciências, a pontuação ficou entre a da Argentina e do Panamá - todos países com desempenhos piores que do Brasil.

O que prejudica a qualidade do ensino básico geral em Mato Grosso e produz essas estatísticas insatisfatórias é o desempenho no ensino médio, afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino, Gilmar Soares. A situação crítica, diz, é fruto óbvio da falta de investimentos por parte do governo estadual, que sequer aplica os 25% constitucionais de sua receita em educação. Isso compromete outros fatores da qualidade no ensino médio, como remuneração de professores e oportunidades de qualificação. Soares também atribui a isso a queda no nível geral dos alunos que, depois chegam às universidades.

É um cenário que a secretária estadual de Educação, Rosa Neide Sandes de Almeida, prevê sendo amenizado nos próximos anos. Ela concorda que o ensino médio tem “puxado para baixo” o desempenho do Estado em educação; o ensino fundamental, diz, sempre teve mais atenção e recursos porque foi o único considerado obrigatório por muito tempo. Por falar em tempo, ela calcula que é preciso pelo menos dez anos para o Estado sair da linha intermediária nas estatísticas. Nesse sentido, uma das medidas é finalmente repassar os devidos 25%. Mais R$ 75 milhões estariam assegurados para 2011. Infelizmente, é dinheiro para superar ainda dificuldades primárias, como a falta de estrutura nas escolas. A Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá não retornou o telefonema da reportagem ontem.






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