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Polícia
Quarta - 08 de Dezembro de 2010 às 13:35
Por: Antonielle Costa

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MidiaNews/Divulgação
Delegado Luciano Inácio, do GCCO: modus operani indica que é uma organização com ramificações
Delegado Luciano Inácio, do GCCO: modus operani indica que é uma organização com ramificações

A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que uma única quadrilha esteja atuando em assalto a agências bancárias, em vários pontos do Estado de Mato Grosso, em função do modus operandi utilizado pelo bando. A informação foi repassada nesta quarta-feira (8) ao MidiaNews pelo delegado titular do Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Luciano Inácio da Silva, que coordena as investigações que buscam identificar os assaltantes e prendê-los.

O caso mais recente foi o assalto a uma agência do Banco do Brasil, ontem (7), por volta das 13h30, no município de Denise (211 km a Médio-Norte de Cuiabá). Pelo menos seis homens fortemente armados com pistolas, fuzis e metralhadoras invadiram o banco e fizeram várias pessoas de reféns, entre funcionários e clientes.

Este foi o segundo assalto de banco registrado em uma semana. No último dia 2, dez bandidos assaltaram a agência do Banco do Brasil de Campo Novo do Parecis (396 km a Noroeste de Cuiabá). A ação foi idêntica à utilizada em Denise: a diferença é que os bandidos atearam fogo na agência em Campo Novo.

"Não descartamos a hipótese de ser a mesma quadrilha, mas acreditamos ser pouco provável que sejam os mesmos homens. Possivelmente, é uma ramificação. Nesses tipos de organizações criminosas atuam muita gente e sempre o mesmo modus operandi é utilizado. Se assistirmos aos vídeos de outros assaltos, até nos confundimos, pois a ação é idêntica", afirmou o delegado.

Segundo Luciano Inácio, os bandidos que assaltaram a agência de Campo Novo ainda continuam na região, escondidos na mata, perto de São José do Rio Claro. Policiais civis e militares fazem buscas, mantêm bloqueios e barreiras nas estradas, dificultando a saída dos assaltantes do local.

"Normalmente, os bandidos fogem até um determinado local e entram na mata, com a expectativa de vencer a Polícia pelo cansaço. No caso de Campo Novo, acreditamos que eles ainda estão lá e continuamos com o cerco. No caso de Denise, intensificamos as buscas", afirmou Inácio.

Ação em Denise

Os caixas do BB de Denise estavam sem dinheiro e seriam abastecidos por volta das 14h de ontem, para o pagamento de salário dos funcionários de usinas da região. De acordo com informações de pessoas que presenciaram o assalto, o carro-forte havia deixado malotes de dinheiro na agência 15 minutos antes da ação dos bandidos.

Por volta das 13h30, seis homens encapuzados e fortemente armados chegaram à agência, em um veículo Astra. Eles desceram do carro atirando contra a porta de entrada do local e renderam o vigilante do banco, que serviu de escudo humano.

Três homens pegaram os malotes fechados, do mesmo jeito que o carro forte havia deixado - estima-se que foram levados cerca de R$ 800 mil. Em seguida, pegaram o gerente de refém, bem como clientes e empreenderam em fuga em dois carros, um Astra e uma camionete EcoSport, rumo a estradas que ligam o município a propriedades rurais.

Cerca de 30 km distante da cidade, os assaltantes liberaram os reféns e atearam fogo no Astra. Em seguida, incendiaram a EcoSport, na Ponte Palmital, que dá acesso à comunidade Nossa Senhora de Fátima (a 35 km de Denise).

Segundo a Polícia Civil, após abandonar os veículos, os bandidos adentraram a mata - onde possivelmente estão escondidos. Aproximadamente 100 policiais, entre civis e militares, estão na região trabalhando nas buscas pelos assaltantes, fazendo cerco e barreiras, para impedir a fuga.

Ação em Campo Novo

Por volta das 9h, do último dia 2, cerca de dez bandidos assaltaram a agência do Banco do Brasil do município de Campo Novo do Parecis. O grupo fez de reféns os funcionários e todos os clientes que estavam no estabelecimento. A Polícia foi acionada e chegou no momento em que o grupo ainda estava no interior do banco.

Foram feitos muitos disparos para o alto, para intimidar a Polícia. O grupo, antes de fugir com os reféns e o dinheiro (valor não revelado), incendiou a agência. Boa parte dos documentos administrativos e equipamentos foi queimada.

Os reféns foram liberados em cima da Ponte do Rio do Sangue, a cerca de 15 km da cidade. Os bandidos colocaram a caminhonete atravessada na pista e atearam fogo, para impedir que a Polícia continuasse seguindo o grupo. Eles fugiram em direção aos municípios de São José do Rio Claro e Nova Mutum.






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