Com Dilma, PMDB perde 37% da verba para investir
Com os novos ministérios, o PMDB terá 37% a menos de recursos para aplicar em investimentos, embora quase triplique o orçamento total, que inclui despesas de caráter obrigatório, ou seja, com restrita margem de manobra por parte do ministro.
Ontem, Dilma oficializou os peemedebistas Wagner Rossi (Agricultura), Edison Lobão (Minas e Energia), Pedro Novais (Turismo), Garibaldi Alves (Previdência) e Moreira Franco (Secretaria de Assuntos Estratégicos).
No governo Lula, o PMDB controlou seis ministérios. Deles, três serão mantidos com Dilma: Agricultura, Minas e Energia e Defesa, sendo que o último passa a ser considerado da cota pessoal da presidente eleita.
Os outros três serão retirados do partido --Saúde, Integração Nacional e Comunicações. Em troca, o PMDB passa a controlar Previdência Social, Turismo e Secretaria de Assuntos Estratégicos.
Entre as novas pastas, a da Previdência é dona do maior orçamento da Esplanada dos Ministérios, mas isso não significa poder de fogo.
Afinal, dos R$ 260 bilhões deste ano, cerca de 96% são despesas obrigatórias, como pagamento de aposentadorias e pensões. Apenas R$ 182 milhões são para investir.
PERDA DA SAÚDE
O grande revés no poder administrado pelos peemedebistas será a perda do Ministério da Saúde.
Segundo maior orçamento do governo, a pasta tem R$ 12,8 bilhões para despesas não obrigatórias com investimento e custeio, além de prestígio político e relação direta com os municípios.
A manutenção de Nelson Jobim na Defesa e de Wagner Rossi na Agricultura assegurou ao PMDB R$ 9,6 bilhões em investimentos nas Forças Armadas e de R$ 1,6 bilhão para a agropecuária e abastecimento, se for levado em conta o montante reservado para os dois ministérios no Orçamento deste ano.
Ontem, Dilma fez os últimos convites a peemedebistas. O primeiro a ser recebido na Granja do Torto foi Moreira Franco, que aceitou o convite para ocupar a Secretaria de Assuntos Estratégicos.
Recusada inicialmente, a secretaria foi vitaminada para convencer o peemedebistas a aceitar o posto na cota de Michel Temer. Ganhou o controle do Conselhão (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) e a montagem do Plano Nacional de Saneamento Básico.
Depois de Moreira Franco, foi a vez do senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) ser recebido. Ele não era o nome preferido pela equipe de transição para ocupar a Previdência, mas acabou sendo o escolhido depois que o senador eleito Eduardo Braga (PMDB-AM) ter dito que não aceitaria a pasta.
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