Arenápolis News - arenapolisnews.com.br
Polícia
Sexta - 10 de Dezembro de 2010 às 09:33
Por: ANTONIELLE COSTA

    Imprimir


Delegado Pieroni, na mira do MPE; caso da morte de Eiko se arrasta desde 2009 sem nenhuma solução
Delegado Pieroni, na mira do MPE; caso da morte de Eiko se arrasta desde 2009 sem nenhuma solução

O delegado titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, Márcio Pieroni, poderá ser responsabilizado pelo crime de desobediência, caso não cumpra, dentro do prazo, as diligências solicitadas pelo Ministério Público Estadual, no caso que envolve a morte da jovem Eiko Uemura.

A estudante foi espancada, torturada e, na sequência, brutalmente assassinada. Depois, foi jogada no Portão do Inferno, a 40 km de Cuiabá, na região do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. O corpo de Eiko foi encontrado no dia 29 de abril de 2009.

Ao MidiaNews, nesta quinta-feira (9), o promotor de Chapada dos Guimarães, César Danilo Ribeiro de Novaes, informou que vai apurar se houve negligência por parte do delegado, que, até hoje, não encaminhou as oitivas solicitadas pelo Ministério Público Estadual.

No dia 8 de novembro, César Danilo solicitou a colheita de novos depoimentos dos peritos que assinaram os laudos de exumação do corpo da estudante, Dionísio José Andreoni e Jorge Caramuru, elencando 18 questionamentos que devem ser respondidos.

Além disso, o promotor requereu novas oitivas com o perito que subscreveu o laudo de necropsia, Edson Franco Fratari, e com os que assinaram o laudo toxicológico, Leandro Carbo e Alessandra Puertas Alves. As diligências deveriam ser encaminhadas ao MPE, num prazo de 15 dias.

De acordo com César Danilo, nesse período, Pieroni informou que sairia de férias e que não poderia cumprir as diligências, argumento considerado não válido pelo promotor, uma vez que o delegado possui um substituto em sua ausência.

Em seguida, o promotor encaminhou o caso para Corregedoria Geral de Polícia Civil, que repassou à Diretoria Geral, que tem a prerrogativa de designar um delegado para cumprir as solicitações do MPE.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que as oitivas serão realizadas por Pieroni, que não sairá mais em férias. Ainda segundo a assessoria, o delegado irá solicitar dilação do prazo, para colher os depoimentos e enviá-los ao promotor César Danilo.

"Solicitamos novas diligências e fui informado pelo Pieroni que não poderia cumprir no prazo em função de férias. Diante da negativa, solicitei que fosse encaminhada à Corregedoria, para que sanasse o problema. Vamos apurar se houve desídia da parte dele, que poderá ser responsabilizado por crime de desobediência ou falta funcional", afirmou o promotor.

Entenda o caso

No início das investigações, a Polícia Civil acreditava em suicídio, mas, após exumação do corpo da jovem, que morreu aos 23 anos, ficou comprovado, por meio de perícias e laudos técnicos, que ela foi espancada, torturada e assassinada. Depois, foi jogada no Portão do Inferno.

O caso Eiko Uemura foi marcado por muitas revelações, como o furto de jóias e relógios de luxo, amores secretos, negócios ilícitos e envolvimento em um suposto esquema chefiado pelo tio, o empresário Júlio Uemura, que chegou a ser preso pelo Gaeco (Ministério Público Estadual).

A estudante era dona da empresa Eikon Atacado de Alimentos, que, segundo o Gaeco, seria utilizada pela Organização Uemura para praticar os crimes. O grupo seria especializado em aplicar golpes financeiros no comércio de Cuiabá e de várias cidades de Mato Grosso.

Um ano e meio após a morte da estudante, o inquérito que investigou o crime foi relatado e encaminhando a Primeira Vara Criminal de Chapada, que, por sua vez, o encaminhou ao Ministério Público Estadual.

Em seguida, o promotor César Danilo solicitou novas diligências e aguarda o resultado para decidir se oferecerá denúncia contra os envolvidos ou se arquiva o inquérito.

Outro lado

Por meio da assessoria, Pieroni afirmou que não irá se manifestar sobre assunto, por entender que cabe ao promotor tomar as providências que julgar necessárias.






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/noticia/78292/visualizar/