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Política
Sexta - 10 de Dezembro de 2010 às 10:56
Por: ALEXANDRE APRÁ

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TJ-MT
O desembargador Orlando Perri e Paulo Lessa, cotado para a Secretaria de Justiça
O desembargador Orlando Perri e Paulo Lessa, cotado para a Secretaria de Justiça

O ex-presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador Paulo Lessa, cotado para ser o próximo secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), garantiu não haver irregularidades nos pagamentos praticados em sua gestão frente ao TJ e minimizou a ação popular movida pelo advogado Marcos Souza de Barros.

Segundo Lessa, as duas investidas do advogado são claramente "um gesto de vingança" por conta das investigações feitas pelo ex-corregedor-geral de Justiça, desembargador Orlando Perri, durante a sua gestão no Poder Judiciário.

Para ele, essa foi a forma que Marcos encontrou para tentar denegrir a sua imagem num gesto de retaliação pelas investigações feitas pela Corregedoria. "Os cálculos e os pagamentos feitos na minha gestão já foram analisados pelo Conselho Nacional de Justiça", assegurou Lessa.

Sobre as denúncias de que privilégio nos pagamentos realizados a sua esposa e filhos, servidores efetivos do Tribunal à época, o desembargador também garantiu que os valores apresentados foram manipulados e não correspondem à realidade.

"Na hora de apresentar os valores que lhe interessavam, eram considerados valores brutos, naqueles que não interessavam apresentavam valores líquidos. Já protocolizei a contestação nos autos da ação popular e desmonta toda a fantasia criada por ele [Marcos]", explicou Paulo Lessa.

Ao ser questionado sobre o motivo da vingança, Paulo Lessa explicou que o advogado Marcos Souza de Barros foi investigado por Orlando Perri e acusado de participação num esquema de direcionamento de licitação e superfaturamento na compra dos veículos Corolla utilizado no transportes dos desembargadores.

"A investigação da Corregedoria apontou que a licitação foi direcionado e que ele [Marcos] recebeu uma quantia de R$ 83 mil pouco antes da empresa vencer a licitação e quem era o responsável pela licitação era o irmão dele, o juiz Marcelo Souza de Barros, que exercia o cargo de juiz auxiliar do presidente do TJ, desembargador Ferreira Leite", detalhou o magistrado.

Ação civil

Lessa também destacou que, após a investigação feita pela Corregedoria, o Ministério Público Estadual (MPE) moveu uma Ação Civil Pública contra os irmão Marcos e Marcelo Souza de Barros pela suposta compra superfaturada dos veículos. Ele também citou outra investigação da Corregedoria que citava Marcos em outro suposto esquema de pagamentos de precatórios por vias judiciais, contando com a ajuda do juiz Marcelo Souza de Barros.

O ex-presidente também avaliou que Marcos resolveu tomar as dores do irmão, o juiz Marcelo de Barros, que foi aposentado compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), acusado de participar do suposto esquema de pagamentos privilegiados para socorrer uma cooperativa de crédito ligado à maçonaria.

Essa investigação também foi conduzida por Orlando Perri, corregedor-geral de Justiça à época. Marcelo se mantém no cargo por força de uma liminar concedida pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Além da punição administrativa pelo CNJ, pelo mesmo esquema, Marcelo e outros magistrados também são investigados e um inquérito criminal que tramite no Superior Tribunal de Justiça (STJ) sob a relatoria do ministro João Otávio de Noronha.

Ele também é réu em uma ação civil pública movida pelo MPE também por envolvimento no suposto esquema de pagamentos privilegiados. "Não me resta de dúvidas de que ele [Marcos] age com a gratuita intenção de me prejudicar por conta das investigações feitas na minha gestão", concluiu.  






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