Dilma se reúne com assessor para discutir política externa

Segundo ele, que permanece no próximo governo, o encontro serviu para tratar de "temas gerais de sua pasta". "Eu preparei um memorando sobre o funcionamento da assessoria internacional e mostrei isso a ela. Sem entrar em temas muito específicos. Foi isso que nós vimos", disse.

21.fev.2010 - Lula Marques/Folhapress

Dilma Rousseff se reuniu por mais de três horas com o assessor internacional de Lula, Marco Aurélio Garcia

Marco Aurélio Garcia negou que tenha conversado sobre o novo ministério com Dilma ou sobre a escolha de Antonio Patriota para o Ministério das Relações Exteriores. Patriota é o atual secretário-geral do Itamaraty.

O assessor especial contou ainda que Dilma apenas fez alusão ao telegrama da diplomacia dos EUA de 2005, obtido pela ONG WikiLeaks, que mostra que ela, então recém-nomeada para a Casa Civil, "organizou três assaltos a bancos" e "planejou o legendário assalto popularmente conhecido como "roubo ao cofre do Adhemar" " na ditadura.

"Ela apenas fez uma alusão ao assunto. Diz que leu o documento, mas que como o embaixador americano negou, esse episódio já é uma página virada", disse Marco Aurélio.

O telegrama faz parte de um lote de nove documentos obtidos pela ONG WikiLeaks aos quais a Folha teve acesso. Não há nenhuma menção à fonte da informação a respeito da atuação atribuída à presidente eleita.

Dilma nega ter participado de ações armadas quando militou em organizações de esquerda, nos anos 60.

Em entrevista à Folha, publicada na última sexta-feira, o embaixador dos EUA em Brasília, Thomas Shannon, disse que "o governo dos EUA não tem informação que confirme essas alegações. Ao contrário, nós temos uma longa e positiva relação com a presidente eleita".