O foguete VSB-30, desenvolvido com tecnologia nacional por pesquisadores do Instituto da Aeronáutica e Espaço (IAE), foi enviado do Centro de Lançamentos de Alcântara, informou neste domingo o organismo vinculado à Força Aérea Brasileira.
O veículo espacial foi lançado às 12h35 hora de Brasília, alcançou uma altura de 242 quilômetros e, após um voo de 18 minutos, caiu no oceano Atlântico a 145 quilômetros da base espacial conforme a trajetória prevista, segundo um comunicado do Instituto.
As estações de telemetria conseguiram rastrear o foguete durante todo o voo, acrescenta a nota.
"O foguete VSB-30 levou ao espaço uma cápsula com carga útil que incluía dez experimentos de universidades e de diversas instituições brasileiras sobre o ambiente de microgravidade", segundo o comunicado.
A carga útil, que caiu com a ajuda de um paraquedas, foi resgatada no mar por equipes da Força Aérea e da Marinha. Dessa forma, os pesquisadores que desenvolveram os experimentos poderão concluir os estudos.
O foguete lançado da base localizada no Maranhão foi desenhado com uma autonomia de voo de 250 quilômetros e uma capacidade para carregar 400 quilos de carga útil.
Segundo o coronel Eudy Carvalhaes da Costa e Silva, coordenador geral da chamada Operação Maracati II, a maioria dos experimentos transportados são das áreas de tecnologia e biologia, e alguns estão diretamente vinculados ao desenvolvimento de sistemas para atividades espaciais.
O ambiente de microgravidade foi alcançado a partir do momento em que o foguete superou os 100 quilômetros de altura.
Em julho de 2007, o Brasil lançou um foguete similar com nove experimentos, mas nessa oportunidade perdeu a carga útil no mar.
O programa espacial brasileiro, iniciado pelo regime militar, coleciona diferentes sucessos e fracassos.
O maior fracasso foi registrado em 2003 quando uma explosão na base espacial de Alcântara destruiu um Veículo Lançador de Satélite (VLS), desenvolvido no país e que seria lançado um dia depois, e provocou a morte de 21 engenheiros e técnicos que trabalhavam no projeto.
O objetivo principal do programa é desenvolver um foguete que permita ao Brasil colocar satélites em órbita, uma tecnologia dominada por poucos países e que se transformou em um milionário mercado.
Paralelamente ao programa, o Brasil assinou um acordo com a Ucrânia para realizar lançamentos comerciais da base da Alcântara de foguetes ucranianos capazes de colocar satélites em órbita. EFE
Comentários