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Política
Quarta - 15 de Dezembro de 2010 às 16:23
Por: Marcos Coutinho

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O governo do Estado, através das Secretarias de Fazenda (Sefaz) e da Casa Civil, vem escondendo, de forma inesperada, o quanto já teria recuperado dos R$ 44 milhões "surrupiados" dos cofres públicos nos dois pregões efetivados pela Secretaria de Infra-estrutura (Sinfra) para aquisição de máquinas e caminhões, em certames realizados no final do primeiro trimestre do ano passado.

Nos bastidores de ambas as pastas, o segredo impera de forma negativa. Aliás, o próprio segredo de justiça, decretado para o caso, é questionável visto que "não se pode esconder ou decretar segredo judicial quando crimes são ou forem perpretados contra a administração pública", garante um advogado da própria base aliada do governador Silval Barbosa.

E há muito a ser revelado sobre o caso, considerado o maior escândalo da administração pública estadual.

Eder Moraes Dias, comandante-em-chefe da Casa Civil, está encastelado há muito tempo e coloca a cabeça no buraco quando se toca no assunto do "rombo" milionário dos R$ 44 milhões.

É bom que se diga que toda a articulação política para a distribuição das máquinas passou pelo crivo do então vice-governador Silval Barbosa, pelo ex-secretário de Assuntos Estraégicos, José Aparecido dos Santos, o Cidinho, atual suplente de senador, e pelo próprio Eder Moraes.

E também vale ressaltar que, em depoimento premiado, um dos empresários que participou do esquema, revelou que a grana desviada seria paga a título de comissão e outra parte seria para a campanha política. Eder foi poupado.

É bom que se diga também que Eder Moraes, ex-titular da Fazenda na época do escândalo, atuou forte para obter informações privilegiadas da investigação conduzida pela Delegacia Fazendária.

Este recebimento privilegiado da Defaz envolveria uma das responsáveis diretas da investigação e ainda vai dar pano pra manga, porque teria se tratado muito mais do que uma simples sedução amadora ou sem viés pessoal.

A despeito do silêncio rasteiro de Eder e Edmilson, o Olhar Direto apurou que o governo agora tenta "sufocar" fiscalmente, e a qualquer custo, as empresas vencedoras dos dois pregões na tentativa de minimizar os prejuízos. É sabido, entretanto, que elas agiram em conluio com agentes públicos para lesar o erário estadual, inicialmente em R$ 28 mihões.

Contudo, a ganância da quadrilha falou mais alto e o rombo ou o roubo ao erário saltou para os estratosféricos R$ 44 milhões, em jogadas de mestre dos atores públicos e protagonistas privados.

E pior do que a ganância da súcia público-privada para lesar os cofres do Estado, foi criar dois simples bodes expiatórios para o caso: Vilceu Marchetti, ex-secretário da Sinfra, e Geraldo de Vitto, que comandava a Secretaria de Administração.

Sabiamente, Moraes Dias soube passar incólume das investigações até aqui conduzidas, mas há algo de podre do ar que o Ministério Público Estadual (MPE) já sentiu e promete ir além da avaliação simplista da Defaz.

A sociedade mato-grossense foi lesada de forma criminosa, mas os agentes públicos de plantão, inclua-se nesta lista quem quer que vista a carapuça, insistem em escamoterar, em fugir do debate, de segregar informações, de agir de modo subreptício e em contrário aos princípios da legalidade, moralidade e da impessoalidade.


Mais informações em instantes/Atualizada às 16h30






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