Delegado e agentes da PF são acusados de agressão
Quatro agentes e um delegado da Polícia Federal de Rondonópolis vão ser investigados por suposta agressão contra o professor universitário e mestre em Direito Constitucional, Paulo Bertolini, de 60 anos. A agressão teria ocorrido dentro do condomínio fechado em que a vítima reside na madrugada de sábado para domingo (19).
Paulo foi ouvido na manhã desta segunda-feira (20) pelo delegado de Polícia Civil Henrique Meneguello. No domingo, o professor já havia ido ao Centro integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) para registrar o fato, mas não foi atendido e resolveu, nesta segunda, procurar a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT) para pedir auxílio.
O presidente da OAB no município, Adalberto Lopes de Souza, juntamente com um grupo de advogados e professores das universidades onde a vítima dá aulas, estiveram nesta manhã no Cisc e acompanharam o registro do boletim de ocorrência feito por Paulo. O professor mostrou a pulseira de seu relógio quebrado e também os óculos danificados, segundo ele, devido à agressão que sofreu.
Conforme Adalberto, Paulo contou que chegou ao condomínio e havia um grupo de pessoas no meio da rua. Ele buzinou e os agentes teriam proferido palavras de baixo calão para ele. Em seguida, o professor parou em frente a sua casa e resolveu ir até a portaria reclamar. Foi então que foi agredido com empurrões, chutes e teve os braços puxados para trás.
“É um fato lamentável, ainda mais com pessoas esclarecidas. Se houvesse algum desvio de conduta que o levassem preso e não o agredissem”, pontuou Adalberto. O presidente contou que o grupo de advogados também esteve na delegacia da Polícia Federal nesta manhã, mas não conseguiu falar com o delegado responsável, Tales Frausino de Souza, que estava em uma diligência. No entanto, ressaltou que o delegado já sabe do fato e foi solícito com relação à apuração dos fatos.
“Ele (Paulo) está se sentindo constrangido, humilhado. Esse fato tem que ser esclarecido para a sociedade de Rondonópolis. A OAB não poderia deixar de intervir, pois primamos pela segurança, pela paz e tranqüilidade das pessoas que moram em Rondonópolis. A sociedade espera uma resposta”, ressaltou.
Além do boletim de ocorrência na Polícia Civil e de informar o ocorrido à Polícia Federal, o professor vai passar por exame de corpo de delito. De acordo com o delegado Tales, que falou com o Olhar por telefone, a Polícia Federal vai enviar ainda hoje uma nota oficial à imprensa. Tales adiantou apenas que outro delegado cuidará do caso.
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