Senado americano derruba emendas a tratado nuclear com a Rússia
Os senadores republicanos tentavam alterar o acordo para permitir mais inspeções, emprego de mais mísseis e para forçar negociações sobre armas nucleares táticas. Porém, os democratas, que controlam a casa, facilmente derrubaram as emendas propostas, como já tinham feito duas vezes antes.
Uma mudança no tratado levaria-o por água abaixo, forçando uma renegociação com a Rússia. O chanceler russo, Sergei Lavror, alertou em uma entrevista à agência Interfax hoje que emendas seriam uma quebra de acordo, e dizendo que o tratado "não pode se tornar assunto de novas negociações".
"A Casa Branca acredita que antes que o Congresso deixe a cidade, o Senado vai ratificar o novo tratado Start", disse o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs.
Em abril, os presidentes dos EUA e Rússia assinaram o novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Start, na sigla em inglês), estabelecendo que os arsenais de ambos os lados deve ser reduzido para um total de ogivas variando entre 1.500 e 1.675. O tratado deve ser aprovado pelo Senado americano e pela Duma, a Câmara baixa do Parlamento russo, antes de entrar em vigor.
Os republicanos argumentam que o acordo vai limitar as opção de defesa de mísseis dos EUA e não fornecem procedimentos adequados para verificar se a Rússia está cumprindo os termos do tratado.
A Casa Branca quer que o Senado vote a ratificação do tratado nas últimas semanas de trabalho do Congresso atual.
Os democratas temem que, se a ratificação for adiada para o próximo ano, o tratado possa enfrentar dificuldades maiores, porque a maioria democrata no Senado será menor em função dos avanços obtidos pelos republicanos nas eleições parlamentares do início de novembro.
IMPASSE
A Casa Branca quer que o acordo seja aprovado antes do ano que vem, quando a maioria democrata no Senado vai encolher. Os democratas perderam várias cadeiras no Senado para os republicanos nas eleições de 2 de novembro, além de cederem também a maioria na Câmara dos Representantes.
Para a aprovação do Start, assinado por ambos os presidentes em abril passado em Praga, são necessários os votos favoráveis de 67 das 100 cadeiras do Senado dos EUA.
Até agora, o Partido Democrata liderado por Obama contava com 59 cadeiras, mas a vitória republicana nas legislativas do dia 2 supõe que na nova legislatura terá apenas 53, o que complicaria muito as possibilidades de ratificação do tratado, fruto mais importante obtido por Obama até agora no âmbito da política externa.
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