Estragos causados pela chuva na cidade são erosões nas ruas sem asfalto que impedem mobilidade de moradores. Prefeito diz não ter recursos
Nova Maringá terá situação de emergência
A cidade de Nova Maringá, a 400 quilômetros de Cuiabá, é a primeira no Estado que vai decretar situação de emergência por conta dos estragos causados pela chuva. Por lá, as enxurradas têm gerado uma série de erosões nas ruas, impedido a mobilidade dos moradores e o tráfego de veículos. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nos primeiros 15 dias deste mês, o município recebeu um volume de 228 milímetros de chuva. Cada milímetro corresponde a um litro de água por metro quadrado.
De acordo com o prefeito, Oscar José de Carvalho, as chuvas não têm dado trégua nem mesmo para as valas já encobertas por aterro. “A chuva desce com grande velocidade e extensão e leva todo aterro para o rio que está ficando assoreado”, revela Carvalho.
O rio sob risco ambiental é o Cristalino, que abastece a cidade de 6.590 habitantes. Apenas com uma avenida asfaltada, todas as outras de terra estão praticamente intrafegáveis. Sem recursos próprios para contornar o problema, o prefeito já decidiu decretar a emergência para receber recursos federais. “O nosso município está desestruturado em receita para conter essa situação”, confirma Carvalho.
Em Sinop, a 500 quilômetros de Cuiabá, dois meninos de sete anos já morreram afogados em menos de um mês dentro de valas abertas para escoamento de água após longas chuvas. Ontem, D.B.S caiu dentro do “valetão”, foi arrastado pela água e não sobreviveu.
Chuvas rápidas, esparsas e de grande volume associadas a temperaturas elevadas serão uma constante da nova estação que se inicia hoje, o verão. A meteorologia prevê que a estação mais quente do ano vai entrar em vigor a partir das 21h38 (horário de Brasília).
De acordo com o meteorologista do Sistema de Proteção da Amazônia, Luiz Alves dos Santos Neto, as regiões norte e oeste de Mato Grosso serão as mais chuvosas durante o verão. “Com volume de precipitação mais elevado será comum durante o período a ocorrência de pancadas de chuva associadas com rajadas de vento e trovoadas”, estima Neto. Já as regiões leste e sul poderão registrar chuva abaixo do esperado.
O meteorologista ainda prevê maior volume de chuva neste verão. “Deve chover todo o esperado para Mato Grosso, o que não aconteceu no verão anterior”, revela. As temperaturas devem ser altas. O Sipam estima que os termômetros devem registrar entre 1ºC e 2ºC acima da média.
PREVENÇÃO – A Defesa Civil reforça que os municípios devem melhorar a infraestrutura urbana, podar árvores e desobstruir as valas para permitir um escoamento eficiente de água. “A chuva é um evento natural, sem controle. Por isso os municípios devem tomar esses cuidados”, diz o superintendente do órgão, major Aguinaldo Pereira. (Colaborou Tiago Terciotty)
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