Arenápolis News - arenapolisnews.com.br
Cidades
Quinta - 23 de Dezembro de 2010 às 09:48

    Imprimir


Reprodução
Cuiabá tem comércio ilegal de óculos Óticas oferecem exames e indicam profissionais. O Ministério Público e o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso vão investigar as denúncias.

Abra o olho com o golpe dos óculos e veja o que está acontecendo em Cuiabá: óticas parecem ter se transformando em consultórios médicos. Os atendentes oferecem exames, basta o cliente dizer que tem problema de visão.

Em uma das óticas, um vendedor diz que leva o cliente até o oftalmologista, que tem um consultório ali perto. As óticas são proibidas de fazer exames ou indicar médicos, mas um anúncio informa: “Faça sua consulta e confira!”.

As ofertas também são feitas por telefone. Um produtor de reportagem do Bom Dia Brasil pagou R$ 30 e pediu o recibo. Depois, foi à ótica. A vendedora o levou a um consultório localizado no outro quarteirão. Quem deu o atendimento foi o proprietário, o optometrista Carlos Hirose. Após o exame, o diagnóstico: o cliente vai precisar usar óculos. Mais tarde, em uma entrevista, Carlos Hirose explicou como chegou a essa conclusão. Ele mostrou o diploma de optometrista de uma universidade de Santa Catarina.

“Com certeza, uma pessoa de 43 anos já não enxergava para perto. Eu não sou nenhum charlatão, sou um profissional da área e já atuo há 12 anos”, explicou.

Mas, para o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso, Carlos Hirose não pode receitar óculos.

“Isso caracteriza exercício ilegal da medicina, previsto no Código Penal Brasileiro. Uma lei federal determina que o optometrista se restrinja a fazer lentes e não pode examinar ninguém nem indicar nenhum tipo de procedimento, muito menos uma lente de correção”, destaca Arlan Azevedo, presidente Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso.

Sobre o fato de ser o dono da ótica e ao mesmo tempo ter um consultório, Carlos Hirose se justificou. “Se comprar na minha loja fica muito fácil porque eu posso acompanhar o trabalho e regular os óculos do rosto”, disse.

Segundo o Procon, esse tipo de atendimento fere o direito de livre escolha do consumidor. O Ministério Público de Mato Grosso e o Conselho Regional de Medicina disseram que vão investigar as denúncias.

“Um exame de oftalmologia não é apenas ir fazer óculos. A pessoa está verificando a saúde ocular e a saúde do seu organismo também. Ela pode ter um problema neurológico ou tumor cerebral, que são diagnosticados através dos olhos”, ressalta Maria Regina Vieira, vice-presidente da Associação de Oftalmologia de Mato Grosso.

 

 


 





Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/noticia/76928/visualizar/