Justiça argentina pode condenar ex-presidente Menem a oito anos de prisão
O material bélico, em torno de 6.500 toneladas, seguiria para Panamá e Venezuela, mas foi desviado à Croácia e Equador, entre 1991 e 1995.
O pedido foi feito pelos promotores Mariano Borinsky e Marcelo Agüero Vera no julgamento oral e público do ex-presidente e outras 17 pessoas pela venda ilegal de armamento a dois países com os quais era proibido comercializar armas na época.
Por ocasião da venda, a Croácia estava sob embargo internacional de armas e a Argentina era fiadora da paz no conflito limítrofe entre Peru e Equador
"Menem deu seu aval à venda de armas aos verdadeiros países de destino, com cujos governantes tinha excelente relação", destacou a Promotoria.
Os promotores pediram ainda sete anos de prisão para o ex-ministro da Defesa Oscar Camilión e para o ex-assessor presidencial Emir Yoma, além de solicitar que o ex-chefe do Exército e atual embaixador da Colômbia, Martín Balza, seja investigado por falso testemunho
PROCESSO
O ex-presidente, de 80 anos, ocupa uma cadeira no Senado. Por isso, Menem tem prerrogativas que o impedem de ser preso durante o mandato, mesmo diante de uma eventual condenação.
No último dia 7, o Estado pediu em sua alegação final cinco anos de prisão para Menem, atual senador, através de Carlos Lobos Oroño, advogado da Alfândega argentina.
Tyler Mallory/AP | ||
Ex-presidente argentino, Carlos Menem, em reunião com Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional, em 1998 |
Ainda é necessário que os defensores dos acusados apresentem suas alegações, mas isso ocorrerá em fevereiro, quando serão retomadas as atividades nos tribunais após o recesso de janeiro.
Neste processo, iniciado em outubro de 2008, está sendo julgada a venda ilegal de armas à Croácia e ao Equador entre 1991 e 1995.
Em 2001, o ex-presidente chegou a ficar em prisão domiciliar por cinco meses e meio, acusado de "formação de quadrilha" dedicada ao tráfico ilegal de armas, mas foi libertado por conta de uma decisão da Corte Suprema, que na época era favorável a seu Governo.
Em dezembro passado, a instância máxima do país rejeitou um pedido dos advogados do ex-chefe do Estado e determinou que o julgamento deveria prosseguir.
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