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Terça - 28 de Dezembro de 2010 às 11:06

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Apesar dos problemas com as contas, relatório internacional aponta melhora do desempenho dos alunos brasileiros
Apesar dos problemas com as contas, relatório internacional aponta melhora do desempenho dos alunos brasileiros

Apesar da melhora do Brasil na educação entre 2000 e 2009 - o país foi o terceiro com maior crescimento em pontos no ranking educacional da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) -, os jovens brasileiros ainda enfrentam muita dificuldade em matemática e ciências.

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É possível chegar a essa conclusão analisando o Pisa, o relatório da OCDE que analisa a situação do ensino de 64 diferentes países.

Em matemática, a maioria dos jovens brasileiros (69%) ficou abaixo do nível 2, considerado o mínimo para saber calcular. Isso significa que os estudantes não foram capazes de fazer contas simples, como multiplicação e divisão, nem resolver problemas de geometria, por exemplo.

Os 34 países membros da OCDE (a maioria deles desenvolvidos, como Alemanha, Reino Unido e EUA) se saem melhor do que o Brasil. Apenas um quarto dos alunos avaliados (25%) está abaixo do nível 2 em matemática, entre as nações que fazem parte do órgão internacional.

Em relação à Finlândia, primeiro lugar do ranking em matemática, apenas 7,8% dos jovens tiveram desempenho ruim. Por outro lado, 16,7% alcançaram nível considerado "top".

Cada nível equivale a uma etapa do aprendizado: quanto mais baixo, menos o estudante sabe.

No nível 2, os jovens aprenderam a usar informações básicas da área (seja matemática, ciências ou português), conseguindo executar tarefas comuns como contas e interpretação de texto.

No nível 5, os jovens são capazes de associar fórmulas de química e física para resolver problemas, construir hipóteses a partir teoremas matemáticos e retirar informações de vários trechos de textos, além de outras ações mais complicadas.

Uma pesquisa da ONG Todos Pela Educação divulgada há um mês já mostrava a dificuldade dos jovens brasileiros em matemática.

Mais de 85% dos estudantes do último ano do ensino fundamental e do ensino médio foram "reprovados" na área - tiveram nota ruim em matemática em um exame aplicado pelo MEC (Ministério da Educação).

Os problemas acontecem porque o aprendizado de matemática depende muito da escola, afirma Simon Schwartzman, presidente do Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade). Ao comentar os dados da ONG, ele refletiu que, se a família fala bem o português, o aluno naturalmente vai se sair melhor na disciplina, que exige mais do aprendizado no dia a dia do que de bons laboratórios, por exemplo.

- Se ela [a escola] não ensina ou não funciona bem, o aluno não aprende [matemática].

 

Os estudantes brasileiros foram um pouco melhor em ciências, mas ainda assim mais da metade (54,2%) não conseguiu alcançar o nível 2, o básico de conhecimento exigido.

Os jovens são capazes apenas de entender princípios superficiais de química, biologia e física - eles entendem pouco de química orgânica e não sabem calcular o valor de um mol de oxigênio, por exemplo.

 Dos 20 mil alunos brasileiros avaliados, apenas 0,6% atingem o nível 5, em que os jovens aprendem a pensar criticamente sobre o que estão estudando e são capazes de realizar operações complexas.

Melhor em português

Os jovens do Brasil também foram um pouco melhor em leitura e interpretação de texto - 27,1% chegaram ao mínimo exigido (nível 2). A maioria (71,6%) teve desempenho igual à média dos países emergentes, ficando entre os níveis 1a (melhor que o nível 1) e 3.

Mais de 76% dos alunos colombianos ficaram na mesma situação que o Brasil em leitura, assim como 66,4% dos argentinos.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, em entrevista sobre o Pisa concedida no dia 6 de dezembro deste ano, avalia que a família tem papel essencial no desenvolvimento dos estudantes.

- Se a família tem um papel fundamental na educação, uma das variáveis que favorece a atenção da família a essa questão é justamente o bem-estar, que é ter uma biblioteca, ter acesso à internet, ter acesso a jornal e a revistas, a livros.





Fonte: Do R7

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