Novo governo pode ter superavit além da meta, diz Mantega
Diante das incertezas no mercado financeiro sobre como será a postura do governo Dilma Rousseff em relação a gastos públicos, o ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou nesta quinta-feira que a meta de economizar R$ 117,89 bilhões (cerca de 3% do PIB) no ano que vem será cumprida integralmente, podendo, inclusive, haver sobras. O ministro prometeu usar o superavit extra para fazer desonerações.
"Posso garantir que no ano que vem estaremos cumprindo a meta cheia de superavit. Deveremos até ter uma poupança adicional, que poderá ser aplicada no Fundo Soberano ou utilizada para fazer desonerações", afirmou, sem entrar em detalhes sobre quais os setores poderiam ser beneficiados com as reduções de impostos.
Segundo o ministro, medidas nessa área serão discutidas a partir da semana que vem. Atualmente, disse, o governo tem procurado impedir que os gastos se elevem para não comprometer o equilíbrio das contas públicas no primeiro ano de mandato da presidente eleita.
Nas próximas duas semanas, a área econômica discutirá também, segundo Mantega, o tamanho do bloqueio de recursos do Orçamento de 2011. Todo início do ano, o governo faz uma avaliação do desempenho esperado da arrecadação e contingencia parte dos gastos previstos para esperar que as estimativas de receitas se confirmem.
Também estão na pauta de discussão da equipe econômica, já nos primeiros dias de trabalho, medidas para conter o impacto da apreciação do real na economia. "O câmbio está menos volátil. Essa questão vai ser enfrentada com medidas em janeiro", argumentou. O ministro destacou que pretende adotar medidas na área comercial. Mantega disse ainda que o governo não voltará a cobrar Imposto de Renda dos investidores estrangeiros que aplicam em títulos públicos no Brasil.
Sobre inflação, o ministro fez uma avaliação positiva. Para ele, os índices de preços já dão sinais de desaceleração em função de queda no valor dos alimentos e das commodities. "Como eu vinha dizendo, o aumento da inflação tinha um forte componente sazonal e não estrutural. Podemos encerrar o ano com a economia aquecida e inflação controlada."
Mantega se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fazer um balanço da situação econômica nos oito anos de mandato do petista.
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