Staff do governo ganha perfil político e causa controvérsias
A um dia de ser empossado governador, Silval Barbosa (PMDB) apresenta um staff com um perfil muito mais político, o que demonstra uma mudança de gestão. A escolha do secretariado tem causado polêmica, principalmente, por se tratar de indicações, porém ainda é cedo para avaliar os resultados desta escolha.
Muitos questionamentos são feitos devido à mudança de postura, afinal quando Blairo Maggi assumiu no primeiro mandato ele montou um secretariado mais técnico e acabou dando uma nova roupagem e estilo ao governo. Já no segundo mandato também teve que ceder às pressões políticas, mas conseguiu ainda manter uma equipe mais técnica ao seu lado.
Hoje os políticos voltam ao comando de pastas importantes, como é o caso dos deputados federais Pedro Henry (PP) na Saúde e Eliene Lima (PP) na Ciência e Tecnologia, além dos deputados estaduais Antônio Azambuja (PP) no Esporte e Lazer, Teté Bezerra (PMDB) no Turismo e João Malheiros (PR) na Cultura. Também existe a possibilidade do deputado estadual José Domingos Fraga (DEM) assumir o comando da pasta de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar, aumentando ainda mais o número de políticos no comando.
Em defesa às indicações políticas, o governador garante que também pensou no perfil técnico. Ele destaca que Pedro Henry é medico e tem experiência na área da Saúde, assim como Eliene Lima que é professor da Escola Técnica e terá condições de administrar a pasta de Ciências e Tecnologia, responsável também pela problemática Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).
Por outro lado, Antônio Azambuja é médico e foi secretário de Saúde em Pontes e Lacerda, o que aparentemente indica pouca experiência na área de Esporte. Quanto ao nome de Teté Bezerra, Silval defende que o Ministério do Turismo será ocupado por um membro do PMDB, facilitando assim a interlocução entre governo e União. Só que mais uma vez o critério foi político.
Apesar de um tanto retrógodo, Silval ainda mantém um discurso de inovação e modernização. Além disso, o governador também pretende fazer o exugamento da máquina e reduzir gastos.
Só que a criação de seis novas secretarias também aparenta servir para uma acomodação política, já que o governador precisa agradar os partidos que o apoiaram durante a campanha. O PR, a principal legenda da composição, conquistou cinco pastas, enquanto o PMDB ficou com outras quatro e o PP três, além do PT que continua no comando da Educação. O DEM, mesmo estando ao lado da oposição, também deverá continuar com Desenvolvimento Rural, aumentando ainda mais a indicação política.
Outra indicação que gera polêmica é a de Nico Baracat (PMDB) para a Secretaria de Cidades, criada pelo governador para desenvolver e implementar as políticas públicas dos setores de habitação, saneamento urbano e coordenação das regiões metropolitanas, mantendo contato direto com Ministério das Cidades.
O peemedebista estava com a imagem desgastada após ser vice-prefeito de Várzea Grande durante o primeiro mandato de Murilo Domingos (PR). Ele ainda tentou se eleger prefeito em 2008, mas acabou em terceiro lugar na eleição, agora volta a ganhar força sob a tutela de Silval Barbosa.
A classe de políticos caiu no descrédito da população e agora ganha uma nova chance de refazer suas imagens desgastadas ao longo dos anos com inúmeros escândalos.
O secretário adjunto de Comunicação do Estado, Onofre Ribeiro, lembra que é “uma retomada de poder, mas precisa de roupagem nova. O momento é outro em Mato Grosso. Aliás, a política também mudou de cara. O público pobre não é mais pobre. Agora é classe C, tem dinheiro pra comprar e coragem de opinar. Tempo novo!”, comentou em sua página do twitter.
É bom lembrar que Cuiabá será sede da Copa do Mundo de 2014 e será preciso muito mais do que força política para cumprir todas as exigências da Fifa, mesmo assim, é preciso destacar que ao governador foi dado o voto de confiança de seus 759.805 eleitores.
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