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Segunda - 03 de Janeiro de 2011 às 20:15

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Um misto de coragem, equilibrismo e indignação. Assim podem ser definido o ato praticado por uma ou mais pessoas que, na calada da noite colocaram faixas pelo Centro de Poconé, relembrando o caso do Rombo Sicoob Pantanal.

As faixas estão espalhadas em vários pontos de Poconé, com os dizeres “2001 Esperamos Justiça do Ministério Publico, Somos os lesados do Sicoob”, outra diz: “5 anos, que Tristeza, o Ministério Publico nada fez, è Sicoob, É Brasil”, outra diz: “Ney e Diretoria do Sicoob como estão? Parece bem, e nós sem nada!!! Que Vergonha”.

O manifesto é uma tentativa de cobrar mais agilidade da Justiça contra o que chamam de “rombo provocado” no Sicoob Pantanal e que lesou milhares de clientes. O desfecho ocorreu no início de dezembro de 2004 com o fechamento das cinco agências da cooperativa. Ao todo, são cerca de 12 mil correntistas e 3.800 cooperados. O rombo causado superou a casa de R$ 4 milhões. Até hoje, ninguém tem conhecimento do destino do dinheiro aplicado.
 
Em 2004, Contador acusou Ex-Diretores do Sicoob Pantanal, através de uma carta; O ex-funcionário da controladoria do Banco Sicoob – Cooperativa de Crédito Rural do Pantanal -, Ney Gomes de Arruda, com sede em Poconé, apresentou carta de demissão à diretoria dia 02 de dezembro de 2004. Além da carta de demissão, Ney Arruda protocolou denúncia no Fórum de Poconé sobre a situação do Sicoob.

Na carta, o demissionário justificou sua saída do banco alegando “que desde 1996 a diretoria executiva do Sicoob utilizou de recursos de aplicadores para quitar débito da ‘Família Campos’ e seu grupo político, com gastos em campanhas. Ney Arruda esclarece, ainda, que Amauri Campos era vice-presidente da Cooperativa.” Conforme Ney Arruda, “esses valores não foram devolvidos à Cooperativa até a data atual” e “o conselho de administração só pedia para dar um jeito com os clientes, nada fazendo para saná-lo”.

O ex-funcionário da controladoria do Sicoob afirma que a mesma diretoria delegava a Amaury Campos a missão de tentar contornar o problema junto aos seus familiares. Amauri Campos (PFL), foi candidato a prefeito em 96, ocasião em que perdeu nas urnas para o ex-prefeito Luiz Vicente Falcão. Em 98, Campos foi novamente derrotado, desta vez na tentativa de eleger-se deputado estadual.

Já em 2000, outro membro da diretoria do Sicoob, Luiz Lauremberg Eubank (Dr. Lauro), do antigo PFL, foi derrotado pelo ex-prefeito, Euclides Santos (PMDB). A utilização do dinheiro dos clientes para cobrir débitos de contas correntes deixadas pelas campanhas eleitorais citadas teriam dado início ao endividamento do Sicoob, conforme alega Ney Arruda. Segundo ele, competia a diretoria executiva todas as decisões sobre o assunto. “A determinação que eu tinha era para manter a clientela do banco – cerca de 2 mil pessoas e justificar as mesmas -, regularizando a situação da cooperativa de crédito perante o Banco Central”.

Conforme Ney Arruda, a diretoria informava, sempre, que a situação caótica era temporária e duraria até a cobertura das contas pelos devedores, fato que nunca aconteceu, inclusive tendo o banco que ingressar com ação de execução judicial contra os devedores, todavia, com a demora no recebimento, a descapitalização chegou à situação insustentável a ponto de estar afetando a própria saúde do demissionário que não tinha mais condições emocionais de pedir paciência aos clientes e ainda o receio de ter que informar a clientela o estado atual das finanças.

Ney Arruda, que se encontra fora do Estado, pois vinha recebendo ameaças, afirma que sobre o problema, “quem deve explicar aos clientes é a diretoria, afinal, era a mesma quem autorizava todas as operações nas contas dos clientes e é a única responsável pelo rombo. Jogar a culpa em funcionários como eu ou qualquer outro não vai colar nem aqui nem na China.

Ninguém é bôbo e muito menos a Justiça.” Ney Arruda desmente, inclusive, o atual presidente, que afirmou na imprensa que o rombo é em torno de R$ 1 milhão. Segundo ele, “a perda de liquidez deve chegar a R$ 6 milhões”. “A Administração deveria parar de tentar encobrir o problema, dizendo que o fato foi “descoberto” recentemente, jogando a culpa em funcionários e fazendo acusações falsas na imprensa, em vez disso deveria explicar claramente aos clientes o que aconteceu”, afirma.

Ney Arruda também reage à notícia na imprensa, que afirmou ser o contador do Banco que comandava um grupo e diz que “tentar jogar a culpa em mim, um simples funcionário da Controladoria, não tem a menor lógica, uma vez que todas as transações bancárias eram autorizadas pela Diretoria. Todos os membros da Diretoria desde 1996 sabiam, agiram e acobertaram o problema que virou uma bola de neve.

As autoridades competentes, como a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o Banco Central sabem do meu paradeiro e dispõem de toda a documentação que comprovam os fatos. Estou apenas protegendo minha vida, pois presenciei as ações da diretoria que levaram a esta situação e venho recebendo ameaças. Inclusive, a busca e apreensão na cooperativa ocorreu em função das denúncias apresentadas anteriormente”.

Ney Arruda recorda que entre as denúncias em poder ddo MPF e da Polícia Federal estão o perdão de dívidas, uso indevido de recurso de aplicadores, retenção de tributos federais, sonegação, manipulação de dados oficiais, quebra-de-sigilo bancário, uso de informações sigilosas em benefício próprio, movimentação de recursos sem cobrança de CPMF para membros do conselho, privilégios e superfaturamento, entre outros.






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