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Ciência
Sexta - 07 de Janeiro de 2011 às 16:34

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Pastores da Igreja Luterana na Finlândia do século 18 mantinham cuidadosos registros de nascimentos, mortes e casamentos para que pudessem cobrar taxas de forma eficiente de seus congregados. Mas biólogos do século 21 estão usando esses dados para um propósito bem diferente.

Combinando registros de nascimento com colheitas anuais de lavouras, eles concluíram que crianças pobres nascidas nos anos de boa colheita tinham maior tendência a terem filhos.

"Esses resultados sugerem que a alimentação no começo da vida pode afetar a fertilidade numa população humana", disse o pesquisador líder, Ian Rickard, Universidade de Sheffield, na Inglaterra.

O estudo, publicado em dezembro na edição da "Ecology", encontrou uma forte correlação entre a fertilidade e a classe social.

Para crianças filhas de donos de terras, a chance de se reproduzir permanecia estável em cerca de 80%, não sendo afetadas pelas variações na colheita anual de grãos.

Porém, 95% das mulheres sem terra nascidas em ano de grande colheita tiveram bebês mais tarde, enquanto apenas 56% das que nasceram em ano de colheita ruim se reproduziram quando adultas.

Rickard alertou que a descoberta era específica para uma época e local, com uma estrutura social rígida.

Sobre a forte relação entre a privação no início da vida e a infertilidade mais tarde, ele comentou: "Provavelmente não é o caso das sociedades industrializadas modernas, onde a disponibilidade de calorias não é problema."






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