Serviço de inteligência francês vai investigar caso de espionagem na Renault
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, determinou nesta sexta-feira que o serviço de inteligência investigue a suspeita de que a montadora Renault teria sido vítima de espionagem industrial.
A empresa francesa suspendeu três de seus executivos, suspeitos de terem vendidos dados secretos sobre um projeto de carro elétrico.
O ministro da Indústria francês descreveu o caso como uma "guerra econômica" -15% da empresa pertencem ao governo francês.
De acordo com o jornal francês "Le Figaro", as informações vendidas diziam respeito à tecnologia usada na bateria e no motor do carro elétrico, que será lançado após 2012.
Os executivos teriam vendido patentes ainda não registradas para um intermediário, que repassaria os dados para uma montadora chinesa.
ALTO ESCALÃO
Um dos funcionários acusados é membro do comitê de gerência da empresa.
Segundo o correspondente da BBC em Paris, Christian Fraser, a decisão de Sarkozy demonstra o quanto o governo está preocupado com o caso. A indústria automobilística representa uma parcela importante da economia francesa, além de ser um grande empregador.
Fraser afirma que mesmo se a espionagem na Renault não for confirmada, o caso toca em uma questão crucial, já que companhias ocidentais estão cada vez mais preocupadas com o risco de as economias emergentes - especialmente a China - roubarem suas ideias e novos projetos.
Essa preocupação, segundo o correspondente, vem se tornado mais séria à medida que a China e outras novas potências industriais estão produzindo de maneira mais sofisticada.
Isso porque uma das maiores vantagens das montadoras ocidentais era justamente a tecnologia de ponta, que os tornava competitivas em relação à mão de obra barata dos concorrentes fora da Europa.
A Renault --ao lado da montadora parceira Nissan-- vem investindo pesado no desenvolvimento de carros elétricos. Vários modelos desse tipo de veículo devem ser lançados nos próximos dois anos.
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