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Política
Sábado - 08 de Janeiro de 2011 às 13:01
Por: Alline Marques

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O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes causou polêmica ao ser contrário a Lei da Ficha Limpa, no entanto, o magistrado entende a necessidade de uma reforma política no país e declara que o Brasil vive um “estado de anestesia política”.

Mendes lembra que a mudança do sistema político no país será complicada, uma vez que os próprios parlamentares legislam em causa própria. “A reforma política é necessária, mas não é fácil. Existe um sistema político composto por parlamentares que são beneficiados e muitos ainda não estão dispostos a mudar”, afirmou durante visita ao Olhar Direto.

Dentre as mudanças necessárias, o ministro elenca o esgarçamento das eleições proporcionais, o déficit de representatividade e ainda a questão de suplente de senador. Ele lembra ainda dos votos de protesto, que na eleição passada acabou elegendo o palhaço tiririca com mais de 1 milhão de votos e afirma: “O Brasil vive um estado de anestesia política. (...) As mídias tem apontado as distorções, estudiosos tem criticado e precisa ser discutido”.

Sobre a Lei Ficha Limpa, Mendes explica que foi contrário ao projeto devido ao momento no qual ele foi aprovado. O Congresso Nacional foi pressionado devido o período eleitoral para se aprovar a nova lei e atender os anseios da população.

“Fui contra a aplicação da Lei Ficha Limpa pelo momento em que foi aprovada e ainda será preciso aguardar para se fazer um balanço com relação aos efeitos desta nova lei”, justificou.

Sobre o financiamento público de campanha, Mendes lembra que antes da falar na implantação deste novo modelo é preciso existir um modelo de fiscalização que evite o abuso de poder econômico. Ele lembra ainda que na disputa da proporcional a concorrência é entre os coligados, portanto com certeza esses candidatos também investiriam dinheiro em suas próprias campanhas.

Com essas alegações, Mendes demonstra a fragilidade do financiamento público, mas enfatiza: “Não é panacéia. É preciso olhar criticamente o modelo. O financiamento público não pode ser isolado, do contrário ele será mais dinheiro público, junto com dinheiro privado e vai continuar a existir a disparidade”.






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