Governo da Tunísia anuncia que 21 pessoas morreram em tumultos
A agitação dos últimos dias na Tunísia fez 21 mortos, anunciou na noite desta terça-feira Samir Laabidi, ministro da Comunicação, durante entrevista à imprensa.
"Os que falaram de 40 ou 50 mortos devem apresentar a lista de nomes", disse o ministro, anunciando prejuízos materiais "consideráveis" sem fornecer números.
Mais cedo, um dirigente sindical havia falado em 50 mortos nos distúrbios sociais no centro da Tunísia em três dias, informando sobre uma situação de "caos" em Kaserin, principal cidade da região.
"O caos reina em Kaserin (290 km ao sul da capital) depois de uma noite de violência, de disparos de franco-atiradores, saques e roubos de lojas e residências", afirmou Sadok Mahmoudi, membro da União Geral de Trabalhadores Tunisianos (UGTT).
Em pronunciamento pela televisão na segunda-feira, o presidente Zine El Abidine Ben Ali prometeu criar 300.000 empregos e denunciou "atos terroristas imperdoáveis", ao referir-se a manifestações --as mais graves em 23 anos.
Um funcionário local que pediu para não ter o nome divulgado, informou sobre tiros efetuados por franco-atiradores posicionados nos telhados, que se somam aos disparos das forças de segurança até contra cortejos fúnebres en Kaserin.
Em Paris, a presidente da Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH), a tunisiana Souhayr Belhassen, disse que o número de mortos nas manifestações na Tunísia chega a pelo menos 35, em seguida as violências do final de semana nas cidades do centro oeste do país.
Para a Anistia Internacional, pelo menos 23 pessoas morreram no final de semana pelas mãos das forças de segurança, que abriram fogo "numa inaudita espiral de violência contra pessoas que vieram protestar contra suas condições de vida, o desemprego e a corrupção".
O movimento começou no dia 17 de dezembro, depois que um jovem comerciante se imolasse com fogo em Sidi Bouzid (centro-oeste, a 265 km ao sul de Túnis). Ele protestava contra o embargo de sua mercadoria pela polícia.
As escolas e as universidades foram fechadas a partir desta terça-feira até nova ordem, em todo o país.
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