Uma mulher de 38 anos foi transferida do interior para Cuiabá em estado considerado grave
Cuiabá registra o primeiro caso de "superbactéria"

A Vigilância Sanitária confirmou, na manhã desta quinta-feira (13), o primeiro caso da "superbactéria" em Mato Grosso: a vítima é uma paciente do Hospital Universitário Julio Muller, em Cuiabá.

De acordo com o chefe de Serviços de Controle de Infecção Hospitalar, Francisco Kennedy, a mulher, de 38 anos, que está com a bactéria Klebsiella Pneunoniae lân (KPC), colonizada, foi transferida do interior para a UTI adulta do hospital.

Segundo ele, a paciente, que não teve o nome divulgado e nem tampouco a cidade de origem, estava internada em um hospital no interior do Estado. E, na quarta-feira (12), ela foi transferida em estado grave para o Júlio Muller. "Como é rotina do hospital, fizemos uma bateria de exames e foi confirmada a presença da superbactéria colonizada nas fezes da paciente", disse Francisco Kennedy ao MidiaNews.

Além da paciente com a superbactéria, outras sete pessoas estão internadas na UTI adulta do hospital. "Estamos tomando todos os cuidados para que não espalhe para outros pacientes. A mulher está em isolamento total. Além disso, interrompemos o encaminhamento de outros pacientes para a UTI", explicou Kennedy.

A Secretaria Estadual de Saúde informou que já foi notificada, e medidas de seguranças já estão sendo tomadas para proteger os outros pacientes. 

Alta Floresta

No dia de 7 de novembro de 2010, foi confirmada a presença de uma bactéria super-resistente - a cinetobacter baumannii - no Hospital Municipal Albert Sabin, na cidade de Alta Floresta (803 km ao Norte de Cuiabá). Na época, duas pessoas morreram com suspeita de ter contraído a doença.

De acordo com o diretor do hospital, José Marcos, o principal sintoma verificado em um paciente foi inchaço nos braços, que começava no antebraço e, em seguida, se espalhava por todo o membro. A repetição dos sintomas, sem resposta ao medicamento, fez a equipe médica entrar em alerta.

Cuiabá

Cinco crianças que estavam internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital e Pronto-Socorro de Cuiabá morreram no dia 15 de dezembro passado, com suspeita de infecção por bactéria. Os óbitos resultaram no fechamento da unidade por 48 horas, para que fosse submetida a um processo de desinfecção.

O infectologista e coordenador da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Pronto-Socorro, Luciano Ribeiro, afirmou que foi registrada a presença da bactéria staphylococcus epidermidis em três casos, sendo uma morte confirmada por infecção na corrente sanguínea.

Em dois casos, a bactéria foi encontrada na pele. Os demais casos estão sendo investigados pela Secretaria Municipal de Saúde. Segundo o infectologista, os pacientes vieram transferidos do interior do Estado para Cuiabá.