Comissão apura possível envolvimento de servidores da Casa; ladrões levaram dois HDs
Polícia Civil investiga furto na Câmara de Cuiabá
A Polícia Civil começou a investigar, na tarde desta quinta-feira (13), o furto de dois HDs (discos rígidos que armazenam dados) dos computadores onde eram arquivadas informações funcionais e de remuneração dos servidores da Câmara Municipal de Cuiabá. O crime ocorreu às 12h39 de ontem, em uma das salas da Secretaria de Recursos Humanos. A expectativa é que a investigação seja concluída em 30 dias.
Após uma coletiva de imprensa pela manhã, o vereador Antônio Fernandes (PSDB), presidente em exercício da Casa, e componentes da Mesa Diretora, foram à Secretaria de Segurança Pública pedir celeridade nas investigações.
Na reunião, com o secretário-adjunto de Segurança Pública, Alexandre Bustamante dos Santos, ficou definido que o delegado Francisco Kuzo, do Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) do bairro Verdão, vai comandar o inquérito.
Ao MidiaNews, Fernandes informou que está relatando todos os fatos à Polícia, que também já começou o trabalho in loco. Além disso, os parlamentares entregaram as gravações feitas pelo circuito interno de segurança, instalado há apenas um dia antes do furto.
"Queremos agilidade no processo para a elucidação dos fatos e a punição dos culpados, porque um ato dessa estirpe atenta contra a democracia", disse o vereador.
Ainda no contexto da investigação, a Mesa Diretora determinou, nesta quinta-feira, a criação de uma Comissão de Sindicância para investigar a possível participação de funcionários do Poder Legislativo no furto dos HDs.
A Comissão é formada pelo funcionário da consultoria jurídica, Giancarlo Cássio de Oliveira Bello (presidente), Autair Ferreira Zeferini (relator) e Cláudio Humberto Craveiro (membro), que é presidente da Associação dos Servidores da Câmara.
Bastidores
Nos bastidores, conforme MidiaNews apurou, as informações são de que o furto dos equipamentos pode ter sido encomendado para dificultar uma auditoria que será realizada pelo novo presidente da Casa, vereador Júlio Pinheiro (PTB).
Publicamente, no entanto, o presidente em exercício, Antônio Fernandes, não quis se aprofundar no assunto.
O vereador Toninho de Souza (PDT) também não quis fazer pré-julgamentos, mas afirmou que o furto é, no mínimo, "estranho".
"Não podemos considerar o furto como um fato comum, já que não foi levado nenhum objeto de valor considerável. Não farei um pré-julgamento, mas posso afirmar que o foco eram as informações contidas naquelas máquinas", disse o pedetista.
Fernandes afirmou que os arquivos que estavam nos dois HDs já haviam passado por backups (cópia de segurança).
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