Foram quase oito meses de histórias de amor, ódio, crimes, discussões de temas polêmicos e tudo envolve uma novela das oito.
Goste ou não, nesta sexta (14), chega ao fim Passione e, como todo folhetim, muita água ainda vai rolar no último capítulo, principalmente a revelação de quem é o assassino de Eugênio e Saulo Gouveia.
Do mesmo modo que em suas tramas anteriores, como Belíssima, A Próxima Vítima e Torre de Babel, Silvio de Abreu deixou mais uma vez sua marca como autor que impõe um ritmo intenso, muito suspense e preocupação com os detalhes.
De acordo com o especialista em teledramaturgia da USP (Universidade de São Paulo) Claudino Mayer, Abreu trouxe contribuições importantes para a sociedade em sua trama, como a adoção feita por Candê (Vera Holtz), a dona de casa Stela (Maitê Proença), que apesar da dedicação à família tem seus desejos de mulher, pedofilia e drogas, entre outros.
- Destaco também a personagem Clara [Mariana Ximenes]. Todos temos um pouco dela dentro de nós, devido à sua complexidade. Ela é falsa, mente e nós sempre invocamos características como essas em alguns de nossos atos.
Apesar de ressaltar aspectos positivos da trama, Mayer afirma que, por causa do ritmo intenso da trama, faltou um pouco de “didática” do autor em alguns momentos, ou seja, dar mais explicações sobre o que estava acontecendo.
- Quem ficava um dia sem assistir, ficava desatualizado. Acho que ele perdeu muita audiência por conta disso. Outro ponto negativo foi a morte do Totó [Tony Ramos]. O autor causou perplexidade no púbico quando revelou que a família do italiano sabia de todo o plano e armou a morte dele. Silvio enganou todos nós. Ele poderia ter dado indícios disso tudo ao público e feito todo mundo torcer contra a Clara e a favor do Totó. Soubemos da volta de Tony à trama pela imprensa, o autor não nos deu nenhum indicio no folhetim.
Mesmo com todas as polêmicas, em entrevista ao R7, Silvio de Abreu faz uma avaliação positiva.
Para o novelista, Passione foi totalmente original.
- Tudo que planejei para os personagens de Passione aconteceu. Nada foi mudado. Agora na reta final da novela, eu sinto que todo o nosso esforço para fazer um excelente trabalho valeu a pena. Na verdade, já pressentia que seria um grande sucesso.
Quem matou?
Marca registrada das novelas de Silvio de Abreu, não poderia faltar em Passione o famoso “Quem Matou?”.
Em entrevista recente, ele já revelou que o assassino de Eugênio e Saulo será a mesma pessoa.
Entre os principais suspeitos estão Fred, Clara, Danilo, Laura e Gerson. Todos foram ao apartamento do filho de Candê na região do Minhocão, em São Paulo, e poderiam ter colocado a faca do crime na casa do vilão.
Ao R7, Daniel Boaventura, que vive o investigador de policia na trama, disse que acredita que Clara seja a assassina.
Seu personagem, Diogo, passou meses se relacionando com a vilã para descobrir os podres dela. O ator ainda revelou que não achou "forçado" um policial se envolver com uma criminosa como seu personagem se envolveu.
- Gosto muito dos filmes americanos e lá a coisa é mais pesada, os investigadores entram nas máfias para prender os gangsters e forjam situações muito mais complexas, se envolvem muito mais. O mais difícil é passar a verdade para o público, convencer naquele papel.
Para o pesquisador da USP Claudino Mayer, é quase 100% de certeza de que o assassino é mesmo Fred ou Clara.
- O Silvio dá pistas de quem é o assassino na trama. E ele avisou que deu algumas delas no primeiro capítulo. Lá, Clara aparece recebendo um telefonema suspeito, quando estão falando que o dr. Eugênio está passando mal. Além de uma cena entre ela e Fred em que o vilão a chama de “anta”. Certamente, tudo será revelado na última cena, como sempre!
Resta agora ligar a TV à noite e se surpreender. Ou não.
Colaborou Adriana Macedo, repórter do R7
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