Pouca torcida, pouca criatividade e nenhum gol. A estreia do Palmeiras no Campeonato Paulista foi insossa. Fraca em emoção e também em técnica. Não à toa os poucos mais de sete mil alviverdes que compareceram ao estádio do Pacaembu na noite deste sábado viram um 0 a 0 com o Botafogo-SP.
A equipe de Ribeirão Preto até que esboçou um bom futebol no primeiro tempo, mas foi completamente dominada pelo Verdão na etapa final. Só que faltou aos donos da casa melhor conclusão e mais objetividade. Os destaques do lado verde ficaram por conta de Kleber e Lincoln. As duas equipes somaram um ponto cada.
Apesar dos aplausos ao Gladiador e ao camisa 99, a torcida não perdoou no final da partida e protestou. Quando percebeu que o placar não sairia do zero, o grito que veio da arquibancada foi um recado para a diretoria: ‘ô, ô, ô, queremos jogador’. Ao apito final, porém, as vaias tomaram conta do Pacaembu.
Na segunda rodada do Campeonato Paulista, o Palmeiras tem um desafio fora de casa, contra o Ituano, em Piracicaba. A partida está marcada para quinta-feira, às 21h (de Brasília), no estádio Barão de Serra Negra. No mesmo dia, só que às 19h30m, o Botafogo-SP recebe o Noroeste, no Santa Cruz, em Ribeirão Preto.
Amarrado
Como é comum em início de temporada, o jogo entre Palmeiras e Botafogo teve um início truncado, com as equipes ainda receosas em tomar uma postura mais ofensiva. Mesmo assim, o Botafogo-SP se destacou nos primeiros minutos e se aproveitou dos problemas defensivos do Verdão para assustar o torcedor alviverde.
Aos quatro minutos, por exemplo, o goleiro Deola e o zagueiro Danilo bateram cabeça na grande área e por muito pouco Dirceu não marcou por cobertura. A equipe de Ribeirão Preto entendeu rápido que o caminho era a bola alçada na área e abusou do fundamento. Quase sempre assustando o time da capital.
Entre um ataque e outro do Botafogo-SP, o Palmeiras tinha lampejos. Vezes com Tinga, vezes com Kleber. Foi dele, aliás, uma das melhores chances do primeiro tempo. Aos 19 minutos, Vitor avançou e tocou para Luan, que deu belo passe para Tinga chutar. No rebote, o Gladiador ficou na cara do gol. Mas foi travado.
O lance animou o Verdão, mas logo os erros de passe e a impaciência tomaram conta dos donos da casa. Por um momento, a partida ficou nervosa, com muitas faltas de ambos os lados. Mas logo o Palmeiras retomou o controle do jogo e tentou abrir o marcador. No entanto, faltou pontaria. Especialmente nas bolas cruzadas.
No fim da etapa inicial, o torcedor do Palmeiras ainda teve mais um motivo para levantar na arquibancada. Aos 40, Marcos Assunção bateu escanteio pela esquerda e por muito pouco não marcou um gol olímpico. De qualquer maneira, a torcida aplaudiu a tentativa do volante.
Só pressão
Palmeiras e Botafogo voltaram para o segundo tempo sem alterações em relação ao primeiro tempo. Mas nos minutos iniciais foi possível ver um Verdão diferente, mais acelerado em campo. O problema parecia acertar o último passe. A equipe chegava bem ao ataque, mas não conseguia concluir as jogadas.
Pressionada, a defesa do Botafogo-SP ficou só nos chutões. E o Verdão se aproveitou. Aos nove minutos, por pouco não abriu o marcador. Kleber recebeu ótimo passe de Lincoln na entrada da grande área, mas mandou para fora. O meia, aliás, deixou os zagueiros do time do interior perdidos com seus passes curtos.
O gol do Palmeiras parecia questão de tempo. Até mesmo uma falta para o especialista Marcos Assunção apareceu aos 17 minutos. Mas o volante errou e mandou na barreira. Depois daquela pressão inicial no segundo tempo, os donos da casa sentiram o cansaço e diminuíram bastante o ritmo.
Mesmo assim, o Verdão era superior ao acuado Botafogo-SP. Faltava mesmo o gol para coroar a pressão alviverde na etapa final. Mas o time do interior paulista resolveu sair para jogo. Adiantou a marcação aos jogadores alviverdes e tentou buscar espaços no ataque. Mas parou na zaga do Palmeiras.
Sem conseguir encontrar espaços na frente, o Verdão sentiu a ausência de Kleber nos minutos finais – ele foi substituído por Dinei aos 35. O Gladiador era quem mais estava buscando o jogo no ataque. Não à toa saiu de campo aplaudido pela torcida, que deixou o estádio do Pacaembu frustrada com o 0 a 0 na estreia.
Deola; Vitor, Danilo, Maurício Ramos e Rivaldo (Vinicius); Márcio Araújo, Marcos Assunção, Tinga e Lincoln (Patrik), Luan e Kleber (Dinei). | Julio César; Dida, Dirceu, Augusto e Andrezinho; Rodrigo Soares, Leandro Carvalho (Chicão), Assis (João Victor) e Ramon; Assiszinho e Gilmar Baiano (Paulinho). |
Técnico: Luiz Felipe Scolari. | Técnico: Roberto Fonseca. |
Cartões amarelos: Luan, Kleber (PAL); Rodrigo Soares (BOT). | |
Público: 7043 pagantes. Renda: R$ 221.589,00. | |
Local: Pacaembu, em São Paulo (SP). Data: 15/01/2011. Árbitro: Márcio Roberto Soares. Auxiliares: Marcio Luiz Augusto e Fabricio Porfirio de Moura. |
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