Secretário diz que avalia gestões na pasta da Saúde, mas não critica o antecessor
Henry tenta minimizar críticas ao Governo de Maggi
O secretário de Estado de Saúde, deputado federal reeleito Pedro Henry (PP), negou que tenha feito críticas específicas à gestão do antecessor, Augusto Carlos Patti do Amaral, no comando da pasta.
Em entrevista ao MidiaNews, no último dia 12, Henry criticou o comportamento do Governo anterior (do senador eleito Blairo Maggi) e afirmou que a Saúde, em Mato Grosso, foi tratada com descaso. A entrevista ao site foi gravada.
Por meio de uma nota encaminhada por sua assessoria de imprensa, Henry disse que, ao fazer críticas à gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), que em Mato Grosso estaria tendo um custo até oito vezes mais alto do que a produção, não houve referências aos antecessores.
"Quando faço críticas à gestão do SUS, não as faço me referindo aos antecessores, mas sim sobre a forma de gerenciar os serviços, ações e o orçamento", afirmou.
Henry ainda disse que o próprio ex-secretário foi convidado para compor a equipe de gestão. "Pelo que ele representa, um ótimo administrador com bom conhecimento do sistema SUS e pelo seu currículo. Jamais as críticas que faço à gestão SUS têm intenção de serem imputadas aos governadores, e muito menos aos ex-gestores da Saúde", completou.
Sobre a declaração de que pretende "tapar os ralos" por onde escorreria o dinheiro da Saúde Pública no Estado, Henry alegou que se referia ao melhor aproveitamento dos recursos da pasta. Como exemplo, o atual secretário citou o fato dos credenciamentos de Unidades de Terapia Intensiva.
"Um hospital que atende o sistema SUS possui 30 leitos de UTIs e só tem 10 credenciados, o Estado banca o custo total dos 20 restantes. É esse dinheiro que eu pago a mais e que não sobra para investimentos. Essas críticas de gestão não querem dizer que os antecessores agiram de má-fé. Talvez tenha sido a dificuldade de entender o sistema", reforçou.
Gestão
Ainda na nota de esclarecimento, Pedro Henry afirmou que o novo modelo de gestão explicitado na matéria tem o respaldo do governador Silval Barbosa (PMDB), com quem tem "uma linha diária sobre tudo o que faço".
Superfaturamento
Sobre o suposto superfaturamento na compra de medicamentos, ocorrido em novembro de 2010, Henry disse que o assunto já foi esclarecido na gestão passada, inclusive, em conjunto com a delegada Maria Alice Amorim, da Polícia Fazendária, que investigou o caso.
Por fim, o secretário reforçou que a judicialização da Saúde em Mato Grosso tem contribuído para expor a Secretaria na aquisição de produtos à sorte do mercado.
"Às vezes isso, acarreta distorções enormes que ferem a economia, a ética e a responsabilidade administrativa. Estamos trabalhando na elaboração de um novo Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas, no qual elencaremos todas as necessidades dos usuários do Sistema Único de Saúde de Mato Grosso na melhoria da assistência a saúde e com a finalidade de assegurar o acesso da população a medicamentos", disse.
Pedro Henry ainda pontuou que a Saúde, juntamente com a Secretaria de Estado de Administração, estão mudando o processo de aquisição de medicamentos, onde será feito um Registro Único de Preços, contemplando o levantamento feito das compras realizadas pela SES nos últimos 12 meses que giram em torno de mais de 2 mil itens.
Confira a íntegra da nota do secretário Pedro Henry:
"O secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry, tem o seguinte a esclarecer sobre a matéria veiculada no dia de hoje (12/01) com o título Pedro Henry reafirma que saúde foi tratada com descaso.
Ponto 1: Quando faço críticas a gestão do Sistema Único de Saúde não as faço me referindo aos antecessores, mas sim sobre a forma de gerenciar os serviços, ações e o orçamento do Sistema Único de Saúde.
Ponto 2: Os ralos a que me refiro são sempre referentes ao melhor aproveitamento dos recursos, ou seja, sempre costumo exemplificar sobre a necessidade de se credenciar serviços ao sistema. Um exemplo a que sempre tomo como base para o melhor entendimento: um hospital que atende o sistema SUS, possui 30 leitos de UTIs e só tem 10 credenciados, o Estado banca o custo total dos 20 restantes. É esse dinheiro que eu pago a mais que não sobra para investimento. Entre tantos outros exemplos que costumo dar aos veículos de comunicação sobre a gestão dos hospitais que hoje estão custando 8 vezes mais do que os serviços que efetivamente produzem. Essas críticas de gestão não querem dizer que os antecessores agiram de má fé. Talvez tenha sido a dificuldade de entender o sistema.
Ponto 3. Quando o Governador me convidou para ser Secretario de Estado de Saúde foi porque sou técnico na área de Saúde, tenho experiência política de 5 mandatos consecutivos e detenho a autoridade de um cargo político.
Ponto 4: O novo modelo de gestão que pretendo implantar na Pasta da Saúde tem o respaldo do governador Silval Barbosa com quem mantenho uma linha diária sobre tudo o que faço.
Ponto 5: Jamais disse que a gestão de Augusto Amaral foi ruim, como a matéria afirma. O ex-secretario Augusto Amaral foi convidado por mim para compor a equipe de gestão pelo que ele representa, um ótimo administrador com bom conhecimento do sistema SUS e pelo seu currículo. Jamais as críticas que faço à gestão SUS têm intenção de serem imputadas aos governadores e muito menos aos ex-gestores da Saúde.
Ponto 6: Quando me refiro a dificuldades de compras da SES é sobre o sistema administrativo do Estado que se concentra na Secretaria de Administração onde a Saúde necessita de tratamento diferenciado. Sobre este assunto já tem entendimento com a Secretaria de Estado de Administração de se modificar o sistema de compras da Saúde. Uma força tarefa já foi implantada cujos trabalhos foram iniciados para resolver este outro gargalo.
Ponto 7: Sobre o item superfaturamento a respeito de compra de medicamentos que a reportagem menciona que foram praticadas em valores superiores ao preço normal. Este assunto foi esclarecido na gestão do ex-secretario Augusto Amaral em conjunto com a delegada Maria Alice Amorim, que investigou o caso.
Ponto 8: A judicialização da Saúde tem contribuído para expor a SES na aquisição de produtos à sorte do mercado. As vezes isso acarreta distorções enormes que ferem a economia, a ética e a responsabilidade administrativa. Estamos trabalhando na elaboração de um novo “Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas” no qual elencaremos todas as necessidades dos usuários do Sistema Único de Saúde de Mato Grosso na melhoria da assistência a saúde e com a finalidade de assegurar o acesso da população a medicamentos, ao mesmo tempo em que a Saúde do Estado, na força tarefa com a Secretaria de Estado de Administração, estará mudando o processo de aquisição de medicamentos onde será feito um Registro Único de Preços, contemplando o levantamento feito das compras realizadas pela SES nos últimos 12 meses que giram em torno de mais de 2.000 itens.
Pedro Henry
Secretário de Estado da Saúde"
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