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Polícia
Quarta - 19 de Janeiro de 2011 às 18:40
Por: Alline Marques

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Alline Marques/OD
Assentados vão para Palácio Paiaguas para buscar ajuda do governador
Assentados vão para Palácio Paiaguas para buscar ajuda do governador

As casas de cerca de 200 famílias do assentamento Monte Carmelo, localizado na zona rural de Cuiabá, foram destruídas e queimadas por “pistoleiros” que invadiram a área de forma arbitrária, informa o líder da comunidade, Gilmar de Oliveira, segundo o qual o despejo truculento contou com o apoio de oito viaturas da Polícia Militar. A operação, denunciada por Oliveira, foi comanda por um oficial identificado como capitão Danilo.

As famílias foram retiradas do assentamento sob ameaças e sequer tiveram a oportunidade de recolher seus bens pessoais das casas. Crianças e idosos foram obrigados a passar a noite ao relento na beira da estrada de acesso ao distrito do Coxipó do Ouro.

O líder conta ainda que na segunda-feira (17) quatro viaturas da PM também estiveram no local e os policiais ainda foram levados por um carro da empresa de segurança, e alegaram estar fazendo um levantamento para entregar ao Ministério Público Estadual (MPE). Segundo Gilmar, um homem identificado como Ângelo, e que se diz dono da tal empresa de segurança que acompanhou os oficiais, seria uma dos “capangas” do suposto dono da terra, Orlando Cerci.

Sem saber a quem recorrer, cerca de 30 pessoas foram até o Palácio Paiaguás na manhã desta quarta-feira (18) para pedir socorro ao governador Silval Barbosa (PMDB), porém não foram atendidos pelo chefe do Executivo, que prometeu à imprensa que iria averiguar a situação e solicitou ao ajudante de ordem, tenente-coronel Ildomar Macedo, para tomar ciência dos fatos.

Segundo Gilmar, a recomendação no Palácio Paiaguás foi para procurar um advogado especialista em reforma agrária. O líder também esteve hoje na Assembleia Legislativa em busca de ajuda dos parlamentares, mas não obteve êxito.

Porém, enquanto a situação não se resolve as crianças, idosos e mulheres buscam auxílio com vizinhos ou parentes. Com as intensas chuvas a condição dessas famílias fica ainda pior, pois montaram barracas com lonas, mas que de nada resolve neste clima. Além disso, as crianças ainda estão assustadas com a invasão.

Outro lado

O major Sebastião Carlos Rodrigues foi o responsável pelo cumprimento da decisão judicial de reintegração de posse em nome de Dorvalino Alves Rodrigues e Benedito Mariano dos Santos. Segundo o policial, a ação ocorreu dentro da maior tranquilidade, isso porque não tinha nenhum posseiro no local no momento da ação.

"Fomos acompanhar o oficial de justiça para cumprir uma determinação judicial e não tinha uma pessoa sequer no local. Acompanhamos a entrada do oficial e dos advogados no local e a remoção dos barracos. O líder não estava nas terras e tudo transcorreu de forma pacífica", explicou em entrevista ao Olhar Direto.

O major contou também que a ação vem sendo planejada desde novembro de 2010, quando foi proferida a decisão judicial e passou pelo crivo da Casa Civil. Sobre a ida da polícia no acampamento na segunda-feira (17), o oficial confirmou a informação, mas explicou que apenas uma viatura esteve no local para constatar se o levantamento realizado pela PM em dezembro do ano passado ainda estava dentro da realidade atual.

Quanto às denúncias de arbitrariedade, o major negou e solicitou que o líder oficialize as acusações contra a Polícia Militar nas entidades responsáveis, como o Ministério Público Estadual e a Corregedoria da PM. “Ele busque todos os meios existentes para fazer as denúncias, estamos tranqüilos e quem acusa precisa de provas. O que ocorreu ontem foi uma ação planejada”, defendeu-se.
 
 






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